O Google anunciou a desativação temporária dos seus recursos de informações de movimentações de tráfego pelo Google Maps na Ucrânia. O objetivo, explica a empresa, é proteger a segurança dos cidadãos, enquanto o país vem sofrendo ocupação pela Rússia.
Um recurso útil em tempos de paz, as informações anônimas coletadas por smartphones equipados com o sistema Android podem melhorar a precisão das condições de trânsito, indicando atrasos nas estradas, lojas e restaurantes ocupados no caminho. Mas esses dados podem igualmente monitorar, em tempo real, a invasão do país.
Várias organizações OSINT (iniciais em inglês para inteligência em código aberto), que utilizam informações encontradas publicamente na internet para coletar e processar informações sobre a guerra na Ucrânia, garantem que “engarrafamentos” incomuns na fronteira eram os sinais da chegada das forças russas. “Fomos os primeiros a ver a invasão, afirmou no Twitter o professor Jeffrey Lewis, da organização Arms Control Wonk.
According @googlemaps, there is a "traffic jam" at 3:15 in the morning on the road from Belgorod, Russia to the Ukrainian border. It starts *exactly* where we saw a Russian formation of armor and IFV/APCs show up yesterday.
— Dr. Jeffrey Lewis (@ArmsControlWonk) February 24, 2022
Someone's on the move. pic.twitter.com/BYyc5YZsWL
Por que o Google desativou as informações sobre o Maps?
O Google afirmou à Reuters no domingo (27) que a sua decisão de desabilitar a divulgação global de informações sobre a camada de tráfego do Google Maps – que inclui detalhes em tempo real sobre lugares mais movimentados – na Ucrânia foi para proteger os cidadãos do país. Feito mediante consulta às autoridades da região, o bloqueio não atinge os motoristas locais, que continuam usando os recursos para se deslocar.
As ocorrências de engarrafamentos reportadas na quinta-feira passada (24), que permitiram mapear a invasão militar através de um aplicativo de trânsito, foram provavelmente transmitidas por smartphones de civis parados em bloqueios nas estradas. O professor Lewis especula que, muitas vezes, as empresas de big data não percebem "quão úteis seus dados podem ser”. Porém, para os dois lados do conflito.
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