Vários youtubers brasileiros estão utilizando as redes sociais no início desta semana para reclamar que estão recebendo strikes seguidos e que por isso estão à beira de perderem o canal.
Um dos casos que tomou a maior proporção foi do produtor de conteúdo Viniccius13, que faz vídeos do jogo Minecraft. Ontem (08), ele publicou no Twitter que havia recebido dois strikes e que o canal poderia ser excluído com mais uma ação do tipo.
O mesmo aconteceu com o Patife, que faz lives e vídeos de gameplay. Em conversa com o TecMundo, ele explicou o motivo para os strikes que podem levar ao fim dos canais. Segundo o criador de conteúdo, músicas que antes eram distribuídas sem restrições de direitos autorais começaram a exigir copyright. Com isso, o YouTube está distribuindo penalizações em vídeos antigos.
“Essas empresas têm o direito de fazer o claim [reivindicar] e dar o strike a qualquer momento. Ele é solicitado na hora pelo YouTube. No meu caso, eu tomei strike em vídeos de 2015. Na época, as músicas que utilizei não tinham copyright e poderiam ser utilizadas”, contou o youtuber.
Meu canal do youtube vai ser deletado por causa de uns vídeos de 5 anos atrás
— FaZe Patife (@GamerPatife) November 9, 2021
9 anos de trabalho sendo jogado no lixo@YouTubeBrasil @YTCriadores SOCORRO pic.twitter.com/rRwKyznqJw
Patife argumentou também que por serem vídeos mais antigos, ações do tipo não podem causar o “flag”, que retira a monetização do conteúdo. Por causa disso, uma reivindicação do tipo é logo direcionada para o strike, que é uma punição mais severa.
“A partir do momento que um canal toma o terceiro strike, já era. Então o meu [strike] veio um por dia, mas parece que outras pessoas tomaram dois no mesmo dia. Meu medo é acordar amanhã e o meu canal estar offline”, desabafa.
De mãos atadas
Patife afirma que tem conversado ativamente com outros produtores de conteúdo que estão sofrendo as sanções e que todos estão receosos com o que pode acontecer nos próximos dias.
Ele explicou que para diminuir um possível prejuízo, deixou privado cerca de 1,6 mil vídeos de seu canal. Apesar da possibilidade — não garantida — de evitar um possível terceiro strike, que seria fatal, o player diz que a decisão afetará seu canal de qualquer jeito.
Ao deixar os vídeos privados para se proteger dos strikes, o criador acaba perdendo as visualizações do conteúdo. De acordo com as contas realizadas por Patife, seu canal pode chegar a ter 50 milhões de views a menos, o que pode fazer com que o algoritmo do Google entenda que o material é irrelevante. Isso impactaria o engajamento do youtuber.
“Para um produtor, esse tipo de situação nos deixa completamente desprotegidos. E qualquer pessoa pode passar por isso, porque existem essas empresas que compram os direitos de músicas antigas e fazem esse processo de strike. Então ficamos à mercê deles, já que em alguns casos têm empresas que pedem uma quantia absurda em dinheiro para não dar o strike e não fazer a reivindicação do direito autoral”.
Campanha na internet
Para chamar a atenção do YouTube, várias pessoas se reuniram para uma ação conjunta nas redes sociais. Até mesmo o youtuber Felipe Neto entrou na discussão para cobrar uma resposta rápida para o que está acontecendo com os produtores de conteúdo.
“Essas máfias já foram combatidas pelo Youtube uma vez e foram derrotadas. Agora parece que estão tentando voltar”, disparou Neto sobre as empresas que compram direitos autorais por uma quantia irrisória e tentam cobrar dos produtores de conteúdo um valor maior.
Confira, abaixo, um pouco da repercussão sobre o caso:
A máfia do copyright no Youtube ataca de novo, agora tentando deletar o canal do @viniccius13
— Felipe Neto (@felipeneto) November 9, 2021
Empresas safadas compram direitos autorais de vídeos-memes antigos. Aí vão atrás d canais q tenham usado esses trechos ao longo dos anos e dão strike.
Pedem $ pra parar. E o YT deixa.
Galera, aconteceu algo muito ruim com o canal hoje... Acabei de receber dois strikes e se caso eu levar um terceiro, o canal será excluido...
— Viníccius13 (@viniccius13) November 8, 2021
Tô muito preocupado! Vou tentar gravar um video rápido (antes que percamos contato) pra explicar melhor...
Achei que era só comigo, mas tô vendo que geral tá levando strikes por vídeos antigos. Como sempre o YT quebrando nossas pernas. pic.twitter.com/UR6EUTwY9H
— ThiagoBionic (@TerrorBionic) November 9, 2021
Hoje é dia de vir nas redes sociais e pedir ajuda ao @YTCriadores @YouTubeBrasil
— Felipe Batista (@Febatista) November 9, 2021
Muitos criadores de conteúdo e canais de amigos estão sendo atacados pelo sistema de Strikes/Copyrights do Youtube@Mr_Guinas @GamerPatife @viniccius13 e a cada hora mais canais... Ajuda ai Youtube!
Essa semana tomei strike também sem a pessoa ter direito algum. O YouTube tem que mudar esse sistema de direitos autorais https://t.co/fT1xC8bvut
— BR Pro Master (@brpromasterof) November 9, 2021
Galera, ontem conversando com o @viniccius13 e estou tentando ajudar como posso, começou um esquema novo de compra de direitos e o que era free antes passou a ser pago e conteúdos antigos agora são alvos de strike por causa dessa politica escrota de copyright do youtube
— Rato Borrachudo #Ratao4M (@ratoborrachudo) November 9, 2021
Claramente alguma mafia tá se aproveitando novamente do sistema de copyright do Youtube, canais de amigos estão ameaçados por esse sistema obsoleto de strikes que pode ser abusado tão facilmente. Vê se façam alguma coisa @YouTubeBrasil
— Guilherme (@FunkyBlackCat) November 9, 2021
Mano é um absurdo a politica do @YouTube permitir até hoje que casos como o do @GamerPatife, @viniccius13 e @TerrorBionic.
— Nofaxu (@nofaxu) November 9, 2021
Tomando 2 strikes de videos antigos, sem aviso, sem tempo para a gente corrigir nada...
Até quando Youtube?!?!
Alô @YouTubeBrasil, mais uma vez temos dois criadores reféns dessa política absurda de direito autorais onde empresas de mídia conseguem remover vídeos inteiros do ar por causa de alguns segundos.
— Felipe Castanhari (@FeCastanhari) November 9, 2021
Dessa vez as vítimas foram o @viniccius13 e o @GamerPatife
AJUDA AÍ YOUTUBE!
O que diz o YouTube?
O TecMundo entrou em contato com o YouTube, mas ainda não recebeu um posicionamento oficial da plataforma sobre o assunto. A matéria será atualizada se o serviço emitir um comunicado.