Ex-funcionários informais do TikTok denunciaram a plataforma por serviços terceirizados prestados para a ByteDance — empresa chinesa dona do TikTok. Em entrevista para o site The Intercept, foi dito que as contratações eram realizadas através do WhatsApp, sem qualquer garantia com a empresa, e que os funcionários eram submetidos a cargas horárias extensas, baixa remuneração e muita pressão para cumprir as metas.
Os contratados deveriam transcrever vídeos publicados na rede social, visando alimentar a inteligência artificial da ByteDance. Mesmo utilizando ferramentas que possuíssem o nome da empresa, eles nunca tiveram um vínculo empregatício. Cada transcrição, que também era chamada de “task”, despendia em média um minuto para ser realizada.
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Terceirizados reclamam de pressão para entregar as "tasks" (Fonte: The Intercept/Reprodução)Fonte: The Intercept
Segundo um ex-funcionário, o que seria “dinheiro rápido” virou um pesadelo. O pagamento não era realizado por horas trabalhadas e sim por hora transcrita — isto é, o conjunto de vídeos de poucos segundos que seriam transcritos, deveria somar uma hora. Para atingir a meta de 14 dólares por hora transcrita, era necessário trabalhar cerca de 20 horas diárias, sem intervalos.
O funcionário que teve o melhor desempenho entregou 5,16 horas transcritas — cerca de 100 horas trabalhadas no mês — e recebeu somente R$ 400. Os bônus prometidos nunca foram repassados e alguns contratados sequer foram pagos, o que motivou a denúncia no Ministério Público do Trabalho de São Paulo, em setembro de 2021.
A denúncia seguiu para a Gerência Regional do Trabalho e Emprego, vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência. O The Intercept tentou contato com o TikTok, mas até o momento, a empresa não se pronunciou sobre o caso.
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