Nesta quarta-feira (23), John McAfee, fundador do antivírus que leva o seu sobrenome, foi encontrado morto em uma prisão de Barcelona. Segundo fontes da polícia, informa o noticiário local El País, a investigação inicial do Departamento de Justiça aponta para um suicídio.
McAfee estava preso na Espanha desde outubro do ano passado acusado de sonegação fiscal e aguardava o julgamento de sua extradição para os Estados Unidos. Também nesta terça, o pedido de extradição foi aprovado pela alta corte espanhola.
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O empreendedor tinha 75 anos e também vinha investindo em criptomoedas, mercado no qual também foi acusado de liderar um esquema de fraude. Ele foi preso no início de outubro no aeroporto de El Prat, quando tentava embarcar para a Turquia.
A acusação de sonegação e pedido de prisão partiram dos EUA. Segundo a justiça, McAfee sonegou milhões de dólares em impostos.
Ele também havia sido preso em 2019, embora tenha sido liberado apenas quatro dias depois. Entre os casos que já protagonizou, recentemente ele ofereceu US$ 100 mil para quem conseguisse hackear sua carteira digital, o que acabou acontecendo.
Repercussão na mídia
O impacto da notícia aponta também para outros casos de extradição aos EUA. Em sua conta no Twitter, Edward Snowden, que tornou público um esquema de vigilância global da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, comparou o caso com o de Julian Assange, cofundador do WikiLeaks.
"A Europa não deve extraditar os acusados de crimes não violentos para um sistema judicial tão injusto — e um sistema prisional tão cruel — que os réus nativos preferem morrer a ficar sujeitos a ele. Julian Assange pode ser o próximo", escreveu.
Europe should not extradite those accused of non-violent crimes to a court system so unfair—and prison system so cruel—that native-born defendants would rather die than become subject to it. Julian Assange could be next.
— Edward Snowden (@Snowden) June 23, 2021
Until the system is reformed, a moratorium should remain. https://t.co/tUociySmVy
Usuários do Twitter também relembraram uma publicação feita por McAfee em novembro 2019, na qual disse: "[Estou] Recebendo mensagens sutis das autoridades americanas dizendo, com efeito: 'Nós estamos indo até você, McAfee! Nós vamos te matar'".
No mesmo Tweet, McAfee diz que fez uma tatuagem "para o caso" — que contém um cifrão e a palavra "whackd", de "whacked", ou "batido/abatido" em tradução livre — de lhe acontecer algo. "Se eu me suicidar, não fui eu. Eu fui abatido. Verifique meu braço direito", escreveu na publicação.
Getting subtle messages from U.S. officials saying, in effect: "We're coming for you McAfee! We're going to kill yourself". I got a tattoo today just in case. If I suicide myself, I didn't. I was whackd. Check my right arm.$WHACKD available only on https://t.co/HdSEYi9krq:) pic.twitter.com/rJ0Vi2Hpjj
— John McAfee (@officialmcafee) November 30, 2019
O caso da morte de McAfee ainda deve ser investigado para apontar a causa da morte.
Fontes