O marketing digital, atualmente, não é nada sem a inteligência artificial (IA). Isso já é claro pelo número gigantesco de dados que transitam online todos os dias e que só podem ser devidamente processados por IAs próprias da área. Então não é novidade a forte presença dessa tecnologia no que fazemos.
O que muitas pessoas talvez não saibam é que a IA também tem um papel essencial na personalização da experiência dos usuários. Mais do que uma simples ferramenta processual, ela abriga funções de diagnóstico, análise e aplicação das técnicas que transformam cada experiência em algo apropriado para diferentes públicos.
É a inteligência artificial que permite a segmentação na publicidade. Como já estamos percebendo há alguns anos, o consumidor tem uma enorme preferência por anúncios e conteúdos de marcas que respeitem seu espaço e ofereçam relevância. Basicamente, as pessoas não querem ser interrompidas em suas atividades online, mas podem aceitar complementos, desde que façam sentido para elas.
A IA é a maneira de definir se faz sentido ou não. Com o processamento de dados, conseguimos visualizar diversas segmentações de público e cruzá-las com os valores e interesses da marca. Cada comportamento requer um tipo de comunicação — aí entra a personalização.
Isso não quer dizer que ela atua sozinha, e sim que abre o caminho para os profissionais de marketing agirem. As informações descobertas com a IA orientam o setor criativo, que faz conteúdos específicos para cada público. Além disso, outros trajetos são apontados pelos dados: mídias preferidas, redes sociais mais utilizadas, sites mais acessados, dias e horários de maior uso da internet e muito mais.
O alinhamento entre tantos fatores acaba se aplicando a outros métodos de comunicação, além dos anúncios veiculados. Por exemplo, a personalização acontece também na construção do site da marca, desde o design até as páginas internas. Os consumidores que entrarem em contato por esse meio vão se encontrar ali, assim como se encontram ao clicar em uma propaganda ou quando leem um blog.
Tudo isso melhora o relacionamento entre a empresa e os clientes. Mais ainda, reduz gastos e maximiza resultados, já que as mensagens estão sendo transmitidas para as pessoas certas. E, quando algo dá errado, rapidamente é possível encontrar em qual parte do processo está a falha, já que a tecnologia segue uma cronologia própria.
Com o tempo, a inteligência artificial ainda permite alguns insights valiosos sobre cada público. É possível descobrir qual é mais rentável ou qual tem maior potencial de crescimento, permitindo alterações estratégicas nas ações de marketing.
O papel da IA é processar os dados que são coletados, facilitar a interpretação humana disso e apresentar melhorias contínuas. Quando orientamos a tecnologia para a personalização, estamos unindo o trabalho constante do robô e o dos profissionais criativos. E, quando a criatividade é bem alimentada, os efeitos tendem a ser grandiosos.
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André Palis, colunista do TecMundo, trabalhava no Google antes de empreender. Fundou a Raccoon em 2013, em São Carlos, importante polo de tecnologia do Estado de São Paulo, e em 8 anos adquiriu a carteira de grandes players do mercado, como Vivara, Natura, Leroy Merlin e Nubank. Em 2013, notou um gap no mercado digital, pediu demissão da Google e, ao lado de Marco Túlio Kehdi, fundou a Raccoon, uma agência full service que atua como parceira estratégica em toda a cadeia digital.
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