Nesta semana, o Ministério da Agricultura emitiu um alerta para os cidadãos que receberam sementes misteriosas da China não efetuarem seu plantio. O principal risco é que as sementes contaminem e prejudiquem as plantações e lavouras brasileiras, desequilibrando o cenário agrícola do país.
Outros países, além do Brasil, também receberam as mesmas sementes misteriosas, contudo, a ameaça não parece ter o agroterrorismo como objetivo principal. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (do inglês, USDA) apontou que um esquema de fraude virtual pode ser responsável pelos envios indesejados.
As sementes chegavam aos destinatários por meio dos Correios. (Fonte: TV Gazeta via Catraca Livre / Reprodução)Fonte: TV Gazeta via Catraca Livre
A tática, chamada de brushing (algo como "varrer" ou "espalhar", neste contexto, em inglês), funciona por meio de contas falsas criadas em sites de vendas internacionais — como o Aliexpress, eBay e Amazon — com dados furtados de usuários ao redor do mundo.
Em seguida, os golpistas efetuam compras nas suas próprias lojas, utilizando as contas falsas para escrever boas avaliações pós-venda (feitas por eles mesmos) e assim subir no sistema de posicionamento dos sites. Para não sair no prejuízo econômico, os vendedores enviam sementes aos clientes fantasmas e, assim, não levantam suspeitas na moderação das empresas.
As sementes têm aspecto comum. (Fonte: TV Gazeta via Catraca Livre / Reprodução)Fonte: TV Gazeta via Catraca Livre
O esquema de fraudes brushing, inicialmente despretensioso, já havia sido reportado pelo Wall Street Journal em 2015. A prática tomou grandes proporções e culminou nos indesejados envios multinacionais, que não intencionalmente oferecem riscos à flora nativa dos países destinatários.
Assim como a cadeia alimentar, na fauna, o ecossistema da flora possui um equilíbrio delicado com as espécies de plantas nativas da região e, portanto, a menor interferência externa não planejada pode ser catastrófica e levar até mesmo a extinção de algumas espécies. Dessa maneira, o Ministério da Agricultura do Brasil recomendou que as sementes sejam entregues aos órgãos governamentais competentes em cada região, a fim de que não entrem em contato com o solo e não o "contaminem".
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