Segundo a ONG NetBlocks, que monitora a segurança cibernética e a governança da Internet no continente africano e países como Iraque e Turquia, a internet fixa e móvel no Irã teve sua velocidade reduzida com a aproximação do final de semana, até cessar quase que completamente no sábado (16). O blecaute na conexão teria sido uma medida do governo, após uma onda de protestos depois que os preços dos combustíveis tiveram um aumento de 50% em todo o país.
Mesmo com a dificuldade na conexão, alguns cidadãos conseguiram postar algo sobre a situação no Irã. É o caso do vídeo abaixo, postado no Twitter, que mostra centenas de pessoas amontoadas em uma das principais ruas de Teerã, a capital do país.
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— Marjaneh Rouhani #JAVIDSHAH (@rouhanim) November 17, 2019
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De acordo com a NetBlocks, a interrupção da internet deste final de semana é a mais intensa registrada no Irã desde que o presidente Rouhani chegou ao poder. Esse bloqueio da rede também é o mais complexo e amplo já percebido pela organização, considerando todos os países que monitora.
Bloqueio à internet como forma de censura
O bloqueio da internet no Irã não é um fato novo. Em 2016, o Memari News, um site independente de notícias, foi retirado do ar por denunciar um escândalo de corrupção ocorrido em Teerã. No mesmo ano, outros oito sites também foram bloqueados por razões distintas.
Restringir o acesso à internet funciona como uma forma de censura, uma vez que impede que a população tenha acesso a informações provenientes de fontes independentes de notícias, além de impedir que os cidadãos se organizem em torno de movimentos populares.
Recentemente, a Rússia aprovou um projeto de lei que permite o governo interromper o acesso à internet quando achar conveniente. A mesma medida já é comum em países da África.
Além de boicotar a democracia, a restrição do acesso à internet atrapalha o contato entre entes queridos em casos de emergência, além de dificultar o acesso a vários serviços online, como as transações bancárias.
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