Bill Gates e Steve Jobs protagonizaram uma das melhores rivalidades entre gênios da tecnologia, em um período compreendido entre meados dos anos 80 e começo dos anos 2010. Os fundadores da Microsoft e da Apple polarizaram o mercado e, de certa forma, evoluíram mais rapidamente e contribuíram para o avanço de hardware e software justamente porque um estava à altura do outro.
Agora, Gates lembra um pouco do concorrente, que morreu em 2011 por conta de complicações devido a um câncer. “Eu era como um mago menor. Ele lançava feitiços e via as pessoas hipnotizadas, mas, como sou um mago menor, os feitiços não funcionam em mim”, disse, em uma entrevista concedida no programa “Fareed Zakaria GPS”, ontem (7), na CNN.
Jobs e Gates, ainda na flor da idade, nos anos 80. Fonte: Gadgets360/Reprodução
"Ainda não encontrei ninguém que pudesse rivalizar com Jobs em termos de escolher talentos, motivar demais esse talento e ter um senso de design do tipo ‘Ah, isso é bom. Isso não é bom’.” Gates também destaca que “mesmo quando ele errou, acertou”, ao falar da máquina NeXT, em 1988. “Falhou completamente, era muito nonsense, e ainda assim hipnotizou as pessoas.”
Ele podia ser um “babaca” às vezes
Gates confirmou o que muita gente que trabalhou ao lado de Jobs já havia relatado: em várias ocasiões ele foi intransigente e arrogante com seus colegas de trabalho — inclusive disse que "às vezes ele era um babaca". Mas fez questão de elogiar seus pontos positivos. Ele disse que é fácil para os atuais líderes “imitarem as partes ruins de Steve”, mas esquecem que o ex-CEO da Apple “trouxe algumas coisas incrivelmente positivas junto com esse lado mais severo”.
O presidente da Microsoft também aproveitou o momento para fazer uma autocrítica, especialmente à cultura de sua empresa quando ela dava seus primeiros passos, no final dos anos 70. “Éramos um grupo de pessoas auto-selecionadas, que em sua maioria era homens, admito, e, sim, éramos muito duros uns com os outros, e acho que às vezes isso tenha ido longe demais.”
Agora filantropo, com fortuna estimada em US$ 107 bilhões segundo o Bloomberg Billionaires Index, Gates disse estar menos workaholic e que o objetivo de sua fundação é reduzir a pobreza extrema em nível global e melhorar os serviços de saúde.
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