Nesta semana, a Google participou de uma audiência no Comitê sobre o Judiciário do Congresso dos Estados Unidos cujo título era “Crimes de Ódio e a Ascensão do Nacionalismo Branco”. A empresa foi representada no evento pela sua conselheira Alexandria Walden e a conversa era transmitida ao vivo no YouTube, com direito a chat liberado e tudo mais.
Se você é usuário constante do YouTube, deve ter se dado conta neste exato instante de que o tema da discussão e o chat aberto foram a somatória perfeita para atrair o chorume da internet e dezenas de comentários racistas e preconceituosos ao vídeo.
Em meio a enxurrada de xingamentos e ofensas estavam, por exemplo, piadas com Mohammed Abu-Salha, cujas filhas foram mortas em um possível crime de ódio e que também participava do encontro. Outro alvo das ofensas foi o judeu e membro do comitê Jerry Nadler, que foi chamado de “duende” pelos haters.
It is honestly baffling that YouTube couldn’t predict how comments would look on a Congressional livestream about social media and white supremacy. pic.twitter.com/0avGuvCciE
— Adi Robertson (@thedextriarchy) April 9, 2019
Como se a sessão de comentários não fosse odiosa o suficiente, enquanto a audiência acontecia, um conhecido canal sobre nacionalismo branco fazia uma transmissão paralela comentando os debates no Congresso. Na live, o Comitê sobre o Judiciário foi acusado de “criminalizar o nacionalismo para os brancos”.
Comentários bloqueados
Após perceber o vacilo cometido ao deixar a caixa de comentários aberta durante este tipo de discussão, o YouTube fechou o chat. No Twitter, um dos perfis oficiais da empresa afirmou que isso aconteceu “devido à presença de comentários de ódio” e garantiu que “o discurso de ódio não tem espaço no YouTube.”
Hate speech has no place on YouTube. We’ve invested heavily in teams and technology dedicated to removing hateful comments / videos. Due to the presence of hateful comments, we disabled comments on the livestream of today’s House Judiciary Committee hearing.
— YouTubeInsider (@YouTubeInsider) April 9, 2019
Esse pequeno imbróglio deixa bem claro que, assim como no Twitter e no Facebook, o trabalho do YouTube para deixar de ser um campo fértil para o ódio será bastante árduo. Será que é possível vencer essa batalha?
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