Para quem não sabe, espectro de radiofrequência, ou espectro wireless, é uma faixa de frequência geralmente controlada pelos governos dos países por onde são transmitidos todos os tipos de comunicação sem fio, seja via internet, rádio ou qualquer outra coisa. Para evitar interferências, os órgãos responsáveis determinam quais faixas devem ser usadas por quem e controlam quando novas regiões desse espectro vão estar disponíveis para uso.
A disputa entre as empresas por essas faixas de frequência é grande, especialmente agora que deve começar a funcionar em diversos lugares do mundo a internet móvel 5G
Dito isso, a Google está focada em conseguir uma faixa do espectro de radiofrequência que deve ser disponibilizada pelo governo norte-americano. Trata-se da Citizens Broadband Radio Service (CBRS), uma frequência restrita anteriormente utilizada por órgãos militares e que vai ser aberta para o público ainda esse ano pelo governo dos Estados Unidos.
Três níveis de frequência
Acontece que a disputa entre as empresas por essas faixas de frequência é grande, especialmente agora que deve começar a funcionar em diversos lugares do mundo a internet móvel 5G, que vai precisar de uma região exclusiva de radiofrequência para ser propagada. Os militares ainda estão usando parte do espectro, mas agora ele vai ser dividido em três níveis: o primeiro continua com acesso prioritário para as forças armadas, enquanto que o segundo pode ser licitado e adquirido como uma faixa normal do espectro.
A Google vai ser a responsável por fazer essas mudanças quando necessário e não atrapalhar a comunicação militar nos Estados Unidos
O terceiro nível é aberto ao público e pode ser usado por qualquer um. Vale lembrar que quando uma faixa de frequência comprada não está sendo usada por seu dono, ela também pode ser utilizada publicamente ou como parte de espectro substituto para o Wi-Fi de hospitais e outros estabelecimentos. A Google está de olho no uso dessa camada, que vai poder ser usada em suas comunicações e, melhor ainda, quando ela precisar ser alocada para outras funções, a empresa tem como manejar as trocar de informações para outras faixas sem perder a conexão.
Entenda melhor
A Bloomberg explica como vai funcionar: “Imagine que você está em uma ligação com seu smartphone em Los Angeles e está usando o CBRS para conectá-lo. Um porta-aviões se movimenta. Sistemas executados pela Google, pela startup Federated Wireless ou por algumas outras empresas, vão identificar isso e dar à Marinha um pouco do espectro para usar, e então vão levar o usuário para um canal diferente sem perder a ligação. Quando o navio sair da área, o espectro que foi usado pela Marinha pode ser utilizado novamente”.
Assim, a Google vai ser a responsável por fazer essas mudanças quando necessário e não atrapalhar a comunicação militar nos Estados Unidos. A empresa até já chegou a instalar sensores para melhor rastrear o posicionamento de navios da Marinha e saber quando vai ser necessário remover os usuários do espectro. Outras empresas também estão de olho nisso tudo: muita gente vai ter que se adaptar a esse sistema caso tudo realmente saia do papel.
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