De acordo com uma reportagem do G1, brasileiros têm alugado espaço em playlists do Spotify com muitos seguidores para promover músicas de artistas iniciantes. A prática funciona basicamente da mesma forma que o antigo “jabá” nas estações de rádio: novos artistas tinham que pagar ou dar presentes às rádios para que suas músicas fossem executadas com frequência.
Músicos ganham mais oportunidades para fazer shows e aparecer em programas de TV
Com o avanço do streaming no mercado da música, usuários que possuem playlists com muitos seguidores têm o poder de espalhar o trabalho de novos artistas e ajudá-los a ficarem conhecidos nacionalmente. Isso porque o número de execuções de suas faixas cresce e, dessa forma, os músicos ganham mais oportunidades para fazer shows e aparecer em programas de TV.
A prática também existe no exterior. Desde 2015, o Spotify vem combatendo esse mercado de aluguéis e atualizou seus termos de uso proibindo isso. Ainda assim, continua sendo relativamente fácil encontrar sites que vendem espaços em playlists do serviço de streaming, bem como execuções de músicas para destacar faixas em específico.
O G1 falou com o dono de uma playlist com mais de 1,5 mil seguidores. Ele se chamaria Fernando Machado e teria afirmado cobrar R$ 15 para colocar uma música em sua lista de execução por até duas semanas. Segundo ele, o dinheiro proveniente da fraude é direcionado à sua própria carreira musical. “Eu trabalhava como vendedor de loja, não ganhava muito bem, fui mandado embora. Falei: 'Tenho que fazer alguma coisa para investir na minha música'", contou ao site.
Outros brasileiros cobram para “ouvir compulsivamente” músicas de artistas
Outros brasileiros cobram para “ouvir compulsivamente” músicas de artistas em uma playlist específica que fica tocando em seu computador continuamente, 24 horas por dia, sete dias por semana. Pessoas que oferecem esse tipo de serviço cobram cerca de R$ 15 para manter essa prática por um bom tempo.
Fora eles, existem ainda sites internacionais que vendem milhares, ou milhões de execuções no Spotify, e principalmente no YouTube, para bombar artistas. Um cantor sertanejo brasileiro chegou a admitir que seus empresários fizeram esse tipo de fraude para tornar um clipe seu famoso. No total, ele conseguiu 5 milhões de views. Quando terminou o contrato com os empresários, lançou um álbum inteiro no YouTube, mas só conseguiu 1,8 mil execuções na faixa mais acessada.
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