O Brasil tem 120 milhões de pessoas conectadas com a web. Essa é a conclusão do relatório sobre economia digital publicado nesta semana pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (United Nations Conference on Trade and Development — UNCTAD). Estamos na quarta posição entre os países com maior número de usuários de internet, atrás de Estados Unidos (242 milhões), Índia (333 milhões) e China (705 milhões).
Pesquisa revela que 29% dos lares online são de famílias com renda de até um salário mínimo
Ainda que os números sejam positivos, a realidade não chega a ser tão animadora assim. O crescimento médio entre 2012 e 2015 foi de apenas 3,5%, atrás de Índia (4,5%), Japão (4,6%), Nigéria (4,9%) e México (5,9%). Segundo a União Internacional de Telecomunicações, a cobertura total representa 59% da população. Outras nações mais ricas — como Estados Unidos, China, Alemanha e Reino Unido — contam com um ritmo mais lento, porém elas já possuem taxas maiores de desenvolvimento.
A desigualdade por aqui é grande: dados da pesquisa TIC Domicílios, do Núcleo de Informação e Comunicação do Comitê Gestor da Internet (CGI-Br) apontam que 29% dos lares online são de famílias com renda de até um salário mínimo e 97% recebe até 10 salários mínimos. A advogada Flávia Lefévre, representante do Instituto Proteste e integrante do CGI-Br, a velocidade é ruim e o acesso conta com muitos celulares com planos pré-pagos e franquias baixas, que mal duram até o final do mês.
“A gente tem muitas pessoas conectadas, mas a qualidade do acesso ainda é ruim. A velocidade de provimento é menor do que a média mundial. Muitas pessoas ainda dependem de franquias ou de usar o [rede] WiFi. Apesar de sermos a 9ª economia do mundo, temos no geral uma internet de baixa qualidade, especialmente para os mais pobres”, destaca, em entrevista à Agência Brasil.
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