O mundo foi surpreendido com mais um caso de massacre por arma de fogo realizado nos Estados Unidos no final deste domingo (1), quando o atirador Stephen Paddock, 64, realizou um atentado contra o público que assistia ao show de Jason Aldean, no hotel e cassino Mandela Bay, e deixou pelo menos 58 pessoas mortas e mais de 500 feridas.
Nas horas que se seguiram ao massacre e também à morte do atirador em confronto com a polícia de Las Vegas, as autoridades locais pediram aos sobreviventes do que não publiquem na internet os vídeos registrados por eles.
Além disso, a mensagem do Departamento de Polícia de Las Vegas é bem clara também ao pedir que as pessoas que tenham feito algum vídeo do local enviem as imagens para as autoridades. A ideia de tudo isso é justamente evitar expor os polícias e, ao mesmo tempo, auxiliar nas investigações e em planejamento para coibir esse tipo de ação no futuro.
A parte boa de uma nova dinâmica
Os smartphones resultaram em uma nova dinâmica na forma em como nos relacionamos com os eventos que acontecem ao nosso redor, inclusive quando eles são trágicos. Assim, os policiais de Las Vegas esperam tanto evitar danos quanto aproveitar os benefícios de uma época em que é extremamente simples realizar filmagens de praticamente tudo.
O lado bom é que os vídeos registrados “criam um registro mais confiável de ao menos uma parte das coisas”, comenta David Klinger, professor de criminologia da Universidade de Missouri-St Louis, em entrevista ao site Quartz.
Até agora, foram confirmadas 58 mortes e mais de 500 feridos após o Massacre de Las Vegas.
A ideia por traz disso é simples: um registro audiovisual é muito mais preciso e confiável do que a memória de testemunhas oculares, tendo assim grande utilidade tanto nas investigações quanto em planejamento para conter esse tipo de ação no futuro.
Nem tudo são flores
Entretanto, se as imagens feitas por pessoas que presenciaram um evento como o realizado por Paddock vão parar na internet em vez de irem para a polícia, a situação pode ser bem diferente. O grande problema aqui é que, com elas, outros atiradores ou mesmo mais pessoas envolvidas em um atentado podem ter acesso à tática de policiais a fim de planejar ataques em outros momentos.
“Se eu fosse um chefe de polícia ou xerife, não gostaria que as pessoas soubessem onde meus homens e mulheres estão”, afirmou Klinger.
Mais alarmismo do que informação
Além do aspecto investigativo e tático envolvendo a divulgação (ou não) de imagens na internet, especialistas levantam outro ponto importante. Vídeos feitos do centro de uma tragédia e publicados na web normalmente não trazem uma visão completa dos fatos e podem apenas criar mais pânico, também podendo criar distorções nas investigações.
Um vídeo assim pode levar “as pessoas a pedir que policiais persigam mais essa pista do que aquela, então o público e os políticos se envolvem e colocam pressão sobre o departamento de polícia, o que pode, talvez, causar lentidão ao diminuir os recursos [à disposição das autoridades].”
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