Tudo indica que a China ainda está bem longe de cessar suas ações para tornar a internet do país cada vez mais controlada e afastada da influência do resto do mundo. Depois de acabar com os principais serviços de VPN locais, pressionar as operadoras nacionais e até banir o WhatsApp de lá, o governo chinês parece ter convencido a Weibo a criar uma equipe de censura para atuar ativamente dentro da rede social.
Segundo o artigo publicado no portal 9to5Mac, os órgãos reguladores pressionaram aquela que é a maior rede social do país – com cerca de 340 milhões de usuários – a “supervisionar” o conteúdo publicado pelos internautas chineses na plataforma. O time será formado por mil inspetores que vão vasculhar a rede durante seu tempo de folga, procurando por conteúdo que seja considerado impróprio, ilegal ou que fira “a segurança nacional, a proteção pública e a ordem social” da China.
Meta de reportar ao menos 200 postagens
Como forma de incentivo para a campanha de censura, esses indivíduos irão ganhar tanto um subsídio no valor de US$ 30 (R$ 95) quanto uma série de bônus conforme o seu desempenho na caça ao material “malicioso”. Os supervisores têm uma meta de reportar ao menos 200 postagens durante seu trabalho, mas quem se sair bem na tarefa pode receber iPhones, computadores, laptops, celulares e outros dispositivos da empresa como forma de recompensa.
Esse cenário surreal mostra mais uma vez que, pelo menos no ambiente digital, a China está se fechando cada vez mais e erguendo seu Grande Firewall a novas alturas. Vale notar que, ao obrigar que a Weibo a criar um grupo censor da casa, o governo chinês quer mais do que identificar usuários e publicações suspeitas: a ideia pode ser intimidar os internautas para que eles mesmos se sintam menos propensos a divulgar mensagens que destoem do discurso das autoridades na internet.
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