Depois de acabar com VPNs, China parte para a censura direta na internet

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Imagem: Fast Company/Jonathan Nightingale

A situação da liberdade de expressão dos internautas chineses não anda exatamente próspera. Infelizmente, esse cenário tende a ficar pior. Depois de o governo acabar com os principais serviços de VPN da região e impor uma data limite para que as provedoras de internet locais bloqueassem de vez os acessos individuais a esse tipo de rede virtual privada, a China está tomando medidas ainda mais drásticas para garantir que assuntos sensíveis ou polêmicos não se espalhem pela web chinesa.

Esse novo episódio da novela que reforça cada vez mais os poderes e limitações do Grande Firewall se originou depois da morte de Liu Xiaobo, na semana passada. Xiaobo era um dos ativistas mais vocais no que diz respeito à luta pelos direitos humanos no país. Essa iniciativa rendeu a ele o Prêmio Nobel da Paz, em 2010, mas também fez com que ele se tornasse um prisioneiro político por publicar um manifesto com a mesma temática. Depois de oito anos na cadeia, o ativista faleceu em decorrência de um câncer no fígado.

Morte de Liu Xiaobo causou comoção na China

Claro que a sua morte acabou dando início a uma comoção digital por lá, fazendo com que as autoridades chinesas entrassem em ação para minimizar a propagação do assunto na rede. De acordo com uma análise feita pela Universidade de Toronto, não demorou para que algumas palavras-chaves relacionadas à notícia começassem a ser bloqueadas nas principais plataformas de comunicação da China, em especial o WeChat e o Weibo – os equivalentes chineses ao WhatsApp e ao Facebook ou Twitter, respectivamente.

As estratégias de banimento foram bastante agressivas

Segundo o levantamento feito pelos canadenses, as estratégias de banimento foram bastante agressivas. Fotos com o rosto de Xiaobo, por exemplo, foram censuradas tanto em postagens públicas quanto em chats privados, ao passo que menções ao nome dele foram eliminadas sumariamente tanto em inglês quando em sua escrita chinesa. Nesse último caso, as mensagens não são editadas antes de chegarem ao seu destinatário: elas são removidas completamente do sistema e não diferenciam pessoas com o mesmo nome do ativista.

Mais uma vez, as ações do governo chinês mostram que, ao mesmo tempo em que o país se abre cada vez mais para relações comerciais com o Ocidente, ele se fecha de forma inversamente proporcional para interações pela internet – o que deixa seus cidadãos presos em uma bolha virtual progressivamente mais limitada.

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