(Fonte da imagem: Reprodução/The Verge)
Quem procura um computador com uma boa capacidade para o processamento de gráficos geralmente passa longe de soluções integradas. Esse preconceito tem fundamento: vídeo integrado sempre apresentou um desempenho baixo, ficando muito atrás de sistemas offboard.
Esse quadro começou a mudar quando a AMD apresentou as APUs. As unidades de processamento acelerado misturam uma CPU potente com uma GPU de ponta para garantir boas taxas de quadros por segundo nos games e aplicações intensas de vídeo.
O baixo desempenho dos chips gráficos integrados Intel sempre os colocou à margem de soluções dedicadas externas NVIDIA e AMD. Porém, a empresa começou a mudar o jogo com o lançamento dos processadores da linha Sandy Bridge, que apresentaram mais potência. Com o Ivy Bridge, a Intel continuou a perseguir o aumento no desempenho dos gráficos, mostrando qual caminho a empresa pretendia seguir.
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Esse ano, a Intel pretende aumentar a potência dos chips ainda mais. A empresa finalmente apresentou os detalhes do acelerador gráfico presente nos novos processadores Haswell, que devem ser as estrelas dessa geração.
As novas GPUs serão compatíveis com as principais tecnologias da atualidade, como o DirectX 11.1, OpenGL 4.1, OpenCL 1.2 e uma nova versão da engine QuickSync, responsável pela decodificação de vídeo. Além disso, existe a compatibilidade com a interface DisplayPort 1.2 e o suporte a resoluções 4K.
Para completar, a Intel está apresentando um novo recurso chamado “Three Screen Collage Display”, que vai oferecer a possibilidade de se conectar até três monitores em paralelo, algo semelhante ao que a AMD e a NVIDIA oferecem em suas GPUs.
Uma nova tecnologia com um novo nome
A família Ivy Bridge trouxe três modelos diferentes de GPUs integradas. O mais potente — e mais comum — é o HD 4000, que possui 16 unidades de execução; o HD 2500 utiliza a mesma arquitetura, mas possui apenas 6 unidades de execução; o último da família é o HD Graphics, que apresenta praticamente o mesmo desempenho do modelo HD 2500, mas possui menos recursos.
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Para inaugurar uma nova era no desempenho gráfico, a Intel está mudando tudo, até mesmo o nome das GPUs. Em vez de chamá-las Intel HD Graphics, a nova geração foi batizada como Iris Graphics. O número de modelos também aumentou de três para cinco, que serão divididos entre diferentes categorias de consumo energético, desempenho e preço.
A Intel garante que o Iris pode oferecer até três vezes mais potência no processamento dos gráficos que a geração atual (HD 3000 e HD 4000) que acompanha os processadores Ivy Bridge. Isso significa que você finalmente vai poder jogar os games de última geração em notebooks e, principalmente, ultrabooks, que são uma das principais bandeiras da Intel na atualidade.
Ultrabooks com muito mais potência
Um dos requisitos principais da Intel para as empresas que querem utilizar o selo “ultrabook” em seus equipamentos é garantir uma boa autonomia de bateria. Para que isso seja possível, é preciso que todos os componentes tenham um consumo baixo.
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Dois dos novos modelos de aceleradores gráficos da Intel devem ser destinados exclusivamente para os ultrabooks: o primeiro deles é o Intel Iris Graphics 5100 que, de acordo com a Intel, pode oferecer até duas vezes o desempenho da HD 4000 da geração anterior.
Para que isso seja possível, a empresa precisou aumentar o consumo energético (TDP) dos processadores, que era de 17 W (nas duas gerações anteriores), para 28 W, o que certamente vai impactar na construção das máquinas. Possivelmente veremos apenas os modelos maiores (13 polegadas para cima) utilizando essa versão.
Os ultrabooks menores — e mais baratos — devem receber o Intel HD Graphics 5000 (a Intel decidiu utilizar o nome “Iris” apenas para os modelos mais potentes). O diferencial desse modelo é o consumo energético, que é de apenas 15 W, sendo que o desempenho oferecido é de até 1,5 vez maior que o dos aceleradores HD 4000.
Notebooks para games
O Intel Iris 5200 é uma GPU mais potente. O modelo deve ser direcionado para os notebooks tradicionais, pois um desempenho maior também revela uma necessidade energética maior e, consequentemente, mais dissipação de calor.
A arquitetura do Iris 5200 é similar à do Iris 5100, com a adição de mais eDRAM no encapsulamento da CPU para garantir mais desempenho. De acordo com a Intel, o ganho de performance desse modelo em relação ao Intel HD 4000 é de cerca de 2,5 vezes, o que coloca a GPU no mesmo patamar de soluções dedicadas offboard de médio desempenho.
Isso significa que muitos fabricantes devem deixar de utilizar placas de vídeo externas AMD e NVIDIA em seus equipamentos para adotar os novos processadores Haswell. Se levarmos em conta que placas offboard ocupam espaço e consomem mais energia dentro dos notebooks, sem elas é possível acomodar sistemas de refrigeração mais eficientes e até mesmo baterias maiores nos notebooks.
Os desktops não ficaram de fora
Os novos aceleradores gráficos Iris 5200 da Intel também devem estar presentes nos desktops. Para identificar os chips com a GPU, basta olhar o modelo do processador e procurar o sufixo “R”.
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A maior vantagem dos modelos dedicados para desktop é que eles podem consumir mais energia, garantindo mais potência. Graças a isso, é possível que possam oferecer um desempenho até três vezes maior que as GPUs HD 4000, de acordo com os testes apresentados pela Intel.
Para completar a família, a fabricante também oferece modelos mais simples. Chamados apenas de HD Graphics 4600, 4400 e 4200, esses aceleradores gráficos não têm o seu foco na aceleração 3D, mas sim nos recursos, que devem ser os mesmos da família 5000.
Já o último modelo de todos é chamado simplesmente de “HD Graphics” e deve ser direcionado para equipamentos de baixo custo, como as CPUs Pentium e Celeron.
Qual o futuro da aceleração gráfica integrada?
Se os novos processadores da Intel puderem oferecer mesmo todo esse desempenho nos gráficos, certamente veremos uma mudança no setor. Mesmo que eles ainda não sejam páreo para as GPUs top de linha da AMD e da NVIDIA, a Intel poderá abocanhar boa parte do mercado de soluções gráficas de baixo e médio desempenho dessas duas empresas — que por sinal corresponde a boa parte da renda delas.
Isso deve acontecer em parte porque muitos fabricantes poderão deixar de apostar em soluções gráficas externas para aumentar o poderio gráfico dos seus notebooks, pois será preciso investir em menos componentes de hardware, simplificando a engenharia dos equipamentos e, é claro, diminuindo os custos.
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Para o consumidor final, não importa muito a marca da GPU no seu notebook, desde que ela seja capaz de oferecer um desempenho adequado. A AMD possui as APUs para competir com a Intel, mas e a NVIDIA? Como ela vai responder a essa investida da Intel?
Até o final do ano deveremos ter as respostas para muitas dessas perguntas, pois até lá já deveremos ter no mercado um grande número de equipamentos com os novos processadores Haswell.