A Intel, apesar de ser conhecida pelos seus processadores, já entrou de cabeça faz tempo no mundo dos veículos autônomos. Depois de abrir sua Garagem de Direção Autônoma em San Jose, na Califórnia, a empresa está cada vez mais dedicada a entender e revelar dados importantes sobre esse segmento.
Foi esse foco que fez com que a empresa patrocinasse um estudo recentemente e que os resultados, divulgados hoje, são animadores: a direção autônoma poderá criar um mercado que movimentará cerca de US$ 7 trilhões – aproximadamente R$ 25 trilhões – até 2050. A Intel chama esse novo mercado de “economia dos passageiros” e mostra que ser transportado por um veículo autônomo é apenas o primeiro passo para algo muito maior.
O valor está vinculado às inúmeras atividades decorrentes da tecnologia, como é o caso de serviços de ride-sharing, com aplicativos como Uber, Cabify e Lyft, além de entrega de cargas leves e pesadas e também do segmento de entretenimento – que será muito importante a partir do momento que as pessoas deixarem de participar da ação de dirigir um carro. Até mesmo o tempo economizado no deslocamento, em função de uma direção mais eficiente e menos congestionamentos, foi contabilizado.
O estudo foi conduzido pela empresa de pesquisas Strategy Analytics e sugere que os passageiros poderão usar, entre outras coisas, um sistema de vídeo-conferência nos veículos enquanto se deslocam ou até mesmo usar os autônomos para pegar comida antes de buscar um passageiro, para garantir um lanche no caminho e economizar tempo.
A expectativa é que, quando os veículos autônomos chegarem de vez ao mercado – o que é esperado para 2021 –, os motoristas passem a se focar em outras coisas, já que não haverá mais a necessidade de manter a atenção na direção.
Com isso, é esperado que as montadoras passem, inclusive, a adotar desenhos de interior dos veículos com uma abordagem mais social, com os bancos virados de frente um para o outro e que o tempo gasto atualmente no deslocamento se torne tempo livre para fazer outras atividades mais produtivas.
A maior parte dos US$ 7 trilhões, cerca de US$ 3,7 trilhões, será gerada pelo uso de serviços providos por veículos autônomos – cerca de 50% das pessoas que os usarão, inclusive, nem terão um carro próprio. A entrega de cargas e outras atividades comerciais representam mais US$ 3 trilhões, enquanto serviços menores que serão criados com a chegada dos carros autônomos, por exemplo, entrega de comida, respondem por mais US$ 200 bilhões.
“Os veículos autônomos terão o mesmo impacto na sociedade que a chegada dos veículos populares no último século”, disse Greg Lindsay, convidado pela Intel para comentar o estudo. Ele completou dizendo que, com mais tempo produtivo dentro do carro, é possível que as pessoas optem por deslocamentos mais longos, passando a morar cada vez mais longe dos grandes centros.
O estudo também revela que os carros autônomos não serão apenas os provedores de mais comodidade e produtividade: eles serão peças importantes de segurança, podendo salvar até 535 mil vidas entre 2035 e 2045. Isso porque a direção autônoma tende a ser obviamente mais segura, o que também pode gerar uma economia de US$ 234 bilhões que seriam gastos em colisões.
O documento, em inglês, pode ser conferido na íntegra aqui.
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