Os carros autônomos são objeto de enorme discussão na atual indústria de tecnologia. Esses veículos não são meras carcaças entupidas de parafernálias tecnológicas; eles são, na verdade, simples e sóbrios, mas requerem recursos de ponta para funcionar, o que inclui conexão 5G, segurança reforçada e, é claro, computação de alta performance, entre outras coisas.
O Intel Developer Forum 2016, evento anual em que a gigante da computação anuncia as principais tendências que devem ditar o futuro, tem sido palco de muitas novidades relacionadas ao assunto. A convite da empresa, o TecMundo compareceu à ocasião, em São Francisco, nos EUA, e pôde participar de um bate-papo com Bridget Karlin, diretora de gerenciamento de IoT na Intel, para saber um pouco mais sobre os principais aspectos que norteiam os veículos autônomos.
O mundo ainda não está preparado para eles, mas o rápido avanço da tecnologia permitirá que o amanhã não fique tão distante assim – e que esse progresso seja, sobretudo, acessível a todos.
Brigdet Karlin, diretora de gerenciamento de IoT na Intel
O mundo ainda está se preparando
De acordo com a executiva, o mundo, tal como está, ainda não está preparado para os carros autônomos da maneira como são idealizados. “É preciso ter uma infraestrutura que nós não temos atualmente. Sensores nas rotas, conexão estável em 5G, segurança, estudo dos ambientes. Nossa previsão é ter um belo esboço disso em 2020. E, em 2030, um número considerável de veículos autônomos circulando”, prevê a diretora.
Cerca de 40 GB de dados são exigidos por minuto [para um veículo autônomo funcionar]; o mundo não dispõe disso agora, mas um dia vai
Cinco pilares sustentam a viabilidade de carros autônomos, segundo Karlin:
- Um computador de alta performance dentro do veículo;
- Conectividade 5G estável;
- Data centers responsáveis por computar todas as informações;
- Uma HMI redesenhada, isto é, “Human Machine Interface”, a interface pela qual os humanos interagem com os painéis dentro dos veículos;
- Segurança.
“Cerca de 40 GB de dados são exigidos por minuto para que tudo isso funcione. E o mundo não dispõe disso agora, mas um dia vai. Queremos [Intel] ser pioneiros na computação de alta performance necessária”, endossou a executiva.
A BMW é uma das fortes parceiras da Intel nessa empreitada
Primeiras utilizações
A visão da Intel com relação à chegada desses veículos é muito interessante. Sem qualquer agressividade ou intuito de “tacar” na cara do consumidor final, a ideia é sentir o terreno em setores como agricultura e mineração, nos quais já existe uma forte automatização do processo.
“Precisamos ir com calma. Há muita tecnologia a ser estudada ainda, os carros precisam ser inteligentes, já que são autônomos. Queremos começar pela agricultura e pela mineração, depois as ruas. Alguns carros da Google já circulam por aí, mas têm um propósito específico. Para que os veículos autônomos cheguem ao consumidor final, a tecnologia precisa estar mais estabelecida”, explicou a especialista em resposta à pergunta realizada pelo TecMundo.
De todas as dúvidas, uma certeza: a tecnologia é movida na velocidade da luz. O que você acha dos carros autônomos? Como imagina um futuro no qual eles estarão inseridos em nosso trânsito caótico? Opine sobre o assunto na seção destinada aos comentários, logo abaixo.
*O jornalista viajou até São Francisco a convite da Intel e agradece a viabilidade desta cobertura.
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