No início de cada ano, especialistas, entusiastas ou mesmo apenas curiosos criam listas enormes de tudo o que será lançado antes do próximo Réveillon. Mas geralmente essas listas não agregam apenas as tecnologias que realmente serão anunciadas, incluem também algumas previsões que nem sempre são adequadas à realidade.
É verdade que o começo do ano já passou, mas o que será colocado neste artigo não são as tecnologias que podem ser lançadas ou que serão lançadas ao público em 2010, para isso o Portal Baixaki fez outro artigo que pode ser acessado por este link. O artigo em questão trata de como serão os computadores em 2010.
Nunca mais num só lugar
O que hoje é conhecido por computação pode ser completamente esquecido nos próximos anos, pois a computação nas nuvens ganhará cada vez mais espaço. Esse processo já começa a ser percebido quando são analisados os diversos programas online que, por exemplo, a Google disponibiliza, como Docs (que permite a edição e criação de arquivos), Agenda (uma agenda online), além dos diversos modos de sincronização disponíveis.
A sincronização dos softwares não é nada mais do que a colocação das informações pessoais em nuvens para que possam ser recuperadas a qualquer momento. Estima-se que, até 2020, todos os usuários utilizarão a computação nas nuvens para acessar seus softwares e informações em qualquer computador, sem precisar instalar softwares adicionais.
Por exemplo, quem possuir documentos sincronizados entre vários computadores poderá utilizar os mesmos softwares e arquivos em casa, no trabalho ou na escola. Sempre que o arquivo for atualizado em uma estação, automaticamente o mesmo acontece nas outras em que ele também esteja. É bem possível que até lá, até mesmo os sistemas operacionais, como o Windows, já estarão sendo disponibilizados em nuvens.
Isso representa o fim da necessidade de carregar um arquivo em pendrives ou emails, bastará possui-lo sincronizado e ele poderá ser editado por qualquer usuário autorizado para tal.
Outra prova de que os computadores estarão cada vez menos fixos é o avanço das docking stations, que já devem ganhar ainda mais parcelas do mercado e consolidarem um segmento bem estruturado nesta década.
Os dispositivos podem ser conectados a notebooks ou desktops e ampliam a capacidade gráfica, aumentam o número de portas USB, o número de saídas de vídeo e muitas outras vantagens que não seriam possíveis sem a utilização desse tipo de tecnologia.
Fonte da imagem: Toshiba
Computadores cada vez mais portáteis são excelentes para a utilização em ambientes alheios às residências e mesas de trabalho, mas as telas pequenas e as teclas minúsculas acabam minando a melhor utilização possível dos computadores ultraportáteis. Nesse caso a presença de uma docking station torna-se indispensável.
Indispensável porque os dispositivos podem facilitar bastante a conexão dos netbooks a monitores, teclados e mouses externos. O usuário ainda estaria utilizando o netbook, ou o notebook, mas apenas a capacidade de processamento do computador, não seus elementos que seriam periféricos, caso fosse um desktop.
A vida em três dimensões
Quando ocorreu a explosão dos cinemas 3D em 2009, muito começou a ser cogitado acerca da possibilidade de transformar os televisores e monitores de uso em televisores e monitores capazes de transmitir imagens em três dimensões da mesma forma que o cinema projetava para seus espectadores.
As respostas não demoraram para começar a surgir nos blogs e sites especializados em tecnologia. Logo foram revelados os requisitos mínimos para que pudessem ser projetadas imagens com profundidade simulando a realidade. Eram elas frequência necessária para gerar as imagens e os óculos juntamente utilizados.
Também não demorou para que fossem anunciadas as primeiras placas de vídeo a suportarem frequências de 120 Hz e que, portanto, permitiam a utilização de monitores mais modernos para a transmissão de imagens tridimensionais. Em 2010 isso já é possível, mas não está difundido devido ao preço. Seguindo a tendência tradicional do mercado, em 10 anos os monitores 3D já deverão estar nas mesas da maioria dos usuários.
Hoje já existem algumas impressoras que trabalham com resultados tridimensionais, elaborando moldes detalhados de uma série de produtos e objetos em geral. O problema é que essa impressão demanda cálculos que poucos computadores conseguem realizar em um prazo curto de tempo, logo é pouco aproveitada pelo público em geral.
Fonte da imagem: Hewlett Packard
Com os constantes avanços nas tecnologias de processamento, em breve deverá haver processadores com ainda mais núcleos do que há hoje no mercado, o que permitirá a modelagem de objetos com detalhes microscópicos e sua posterior impressão com fidelidade a esses detalhes.
Em exemplos práticos, em alguns anos será possível localizar imagens da Torre Eiffel, de Paris, elaborar cálculos dos detalhes dimensionais e imprimir uma maquete do ponto turístico francês em três dimensões reais.
Computação verde: a tecnologia a favor da natureza
Há cerca de 10 anos as previsões para o planeta Terra já não eram as melhores. Por exemplo, estimava-se que até 2030 não haveria água potável suficiente para as populações do mundo. Logicamente essa não era a única preocupação das pessoas em relação ao futuro do planeta, mas sempre foi a mais alarmante.
Uma sociedade de consumo como a ocidental gasta muito mais recursos do que consegue produzir, o que gera um déficit incrível. Isso sem falar no quanto a produção de bens de consumo causa impactos ao meio-ambiente, com uso de energia e utilização de materiais nocivos à natureza na fabricação de vários produtos, como baterias e eletrônicos.
Essa direção da sociedade ao caos ecológico levou muitas empresas fabricantes de eletrônicos a buscarem novas alternativas para a diminuição dos impactos causados. Monitores com telas LED que gastam menos energia e são produzidos com materiais menos tóxicos, processadores cada vez mais econômicos e melhor direcionamento do lixo eletrônico são apenas algumas das ações que o mundo obrigou-se a seguir.
Não há outra saída além de frear o consumo sem medidas. Como a cada dia mais pessoas se conscientizam desse fato, calcula-se que até 2020 haja muito mais usuários adeptos às tecnologias verdes do que hoje. Pode ser um pouco maniqueísta afirmar isso, mas não estão de todo errados quem diz que o consumo de hoje levará ao fim de tudo no amanhã.
Memória e armazenamento
Quem se lembra dos disquetes de 1,44 MB não sente saudades. A transferência dos arquivos era lenta e pouco segura, pois qualquer arranhão no disco de leitura já tornava o disquete inutilizável. Passaram a ser utilizados CDs, DVDs, até que cerca de três anos atrás os pendrives já conseguiam ultrapassar os discos na capacidade de armazenamento.
Hoje podem ser encontrados dispositivos móveis para até 64 GB de armazenamento, capacidade que alguns HDs não possuíam há pouco tempo. Se, em tão pouco, os pendrives evoluíram tanto, imagine como serão esses dispositivos daqui a cinco ou dez anos - nesse caso sonhar alto não é delirar.
Até 2020 devem estar disponíveis, pendrives e cartões de memória que ultrapassem a casa dos terabytes. Isso significa mil vezes a capacidade de um pendrive de 1 GB. Imagine guardar todos os filmes, músicas e arquivos em um só dispositivo móvel para que você possa acessá-los em qualquer computador.
Seria o fim da necessidade de carregar DVDs, mais de um pendrive ou enviar arquivos por email. A utilização de gadgets com tamanha capacidade de memória seria até mais viável do que a utilização de documentos sincronizados pela computação nas nuvens.
Transferência de dados
Ainda com relação a dados armazenados é necessário citar os avanços nas tecnologias de transferência de dados. Em 1996 começou a ser popularizado o uso de dispositivos USB, mas naquela época as trocas de dados entre computador e dispositivos eram limitadas às velocidades de 12 Mbps.
Em 2000 surgiu a USB 2.0 (mais utilizada até hoje), que permitia trocas de até 480 Mbps, o que facilitou a vida dos usuários de players multimídia e dispositivos de memória flash. No final de 2009 foi finalmente lançada a tecnologia USB 3.0, que permite transferências com velocidades próximas a 4,8 Gbps.
Já existem outras tecnologias para transferência de dados. A Sony por exemplo, possui a TransferJet, que faz conexões entre computador e dispositivos sem a necessidade de cabos ou plugs, basta aproximar os aparelhos. A Intel também possui sua carta na manga, trata-se do Light Peak, que utiliza fibra ótica para transferir informações a velocidades que podem chegar a 100 Gbps nos próximos anos.
Considerações finais
Foi mostrada neste artigo uma série de expectativas para o mundo dos computadores e que podem ser concretizadas nos próximos dez anos. Algumas já existem, mas ainda não possuem força para alcançarem fatias significativas do mercado, como os monitores 3D. Outras ainda demorarão para alcançar a população, como as impressoras tridimensionais.
O que todos os usuários devem saber é que, independente do quanto a informática evoluir tecnologicamente, o consumo deve ser consciente e os dispositivos que não forem mais utilizados não devem ser descartados em lixo comum, mas direcionados a instituições que reaproveitam todos os materiais e ainda evitam o acúmulo de lixo eletrônico nos lixões.
Como você acha que serão as tecnologias para computadores em 2020? Será que eles ainda existirão como conhecemos hoje ou haverá uma revolução na estrutura computacional? Deixe seu comentário dizendo ao Portal Baixaki o que imagina para o futuro!
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