Quem ouve música no computador há mais tempo certamente deve se lembrar das artimanhas utilizadas para conseguir organizar seus arquivos. Que atire a primeira pedra quem nunca teve de renomear algum documento como “1.Nome da Música.mp3”, “2 – Minha música.wma” ou simplesmente “3.wav ” para fazer com que o player tocasse a lista de execução naquela ordem.
Atualmente isso não é mais necessário. Os programas deixaram de categorizar as músicas por ordem alfabética e passaram a organizar os arquivos com características semelhantes (cantor, álbum, etc) agrupados. Você sabe o porquê disso? O portal Baixaki então tem o prazer de apresentar o grande responsável por essa revolução no mundo da música digital: a tag ID3.
O que é e como funciona?
O ID3 (uma abreviação para “IDentify a MP3”, ou identificar um MP3) é uma espécie de etiqueta presente no arquivo, como se fosse a informação da informação. O que isso significa? Significa que todos os dados daquela música estão dentro dela mesmo. É o que chamamos de metadados.
Os players e hardwares mais atuais são capazes de entender estas informações e agrupar todos os arquivos que possuem dados semelhantes. É o caso do Windows Media Players, iTunes e aparelhos como iPod e alguns tocadores de MP3.
Um pouco de história
A ideia de adicionar pequenos pedaços de informações no arquivo surgiu em 1996, quando Eric Kemp inseriu esses dados adicionais no final do documento. Isso fez com que as músicas no formato MP3 pudessem receber outras informações além do próprio áudio. Foi quando nasceu a versão um do ID3, ou simplesmente ID3v1.
Com a popularização do formato (já que era menor do que os outros arquivos e mantinha a qualidade do som) e a consequente dificuldade de organização das músicas devido aos grandes acervos que os usuários passaram a criar, a invenção de Kemp logo se tornou padrão. O ID3v1 conseguia armazenar informações como o nome da música, do artista, do álbum, o ano de lançamento, o gênero e um pequeno comentário, porém em um pequeno espaço de 128 bytes.
ID3v1 VS versus ID3v2
Como o espaço disponível para inserir dados era considerado muito pequeno e o Kemp não via necessidade em alterar sua criação, alguns usuários criaram uma espécie de versão alternativa, o ID3v2, em que era possível adicionar mais informações do que na anterior.
Além disso, esta “atualização” da etiqueta fez com que todos os dados fossem colocados antes do conteúdo da música, o que facilitava a distribuição via streaming (distribuição multimídia de conteúdo digital, como acontece com o YouTube).
O ID3v2 permite, além das informações presentes no ID3v1, inserir dados como capa do álbum e a letra da música. Tudo isso porque, ao invés de possuir míseros 128 bytes de capacidade, ele suporta 256 megabytes. Esse espaço quase infinito para inserir elementos adicionais fez com que o formato logo caísse no gosto dos usuários e se tornasse o novo padrão nas músicas. Atualmente é o mais utilizado, tanto nos arquivos quanto em players.
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