Pensar que os livros logo serão extintos é ser exagerado demais. Entretanto, o Kindle consegue trazerr um excelente nível de leitura em uma tela de seis polegadas de E Ink, a “tinta digital”. Para quem gosta de tecnologia e procura mais praticidade na hora de ler seus livros, jornais e artigos, o Kindle é o pioneiro e um dos mais inovadores do mercado de leitores de ebook, ou eReaders.
Com apenas 20 cm de altura por 13 cm de largura e míseros 0,9 cm de espessura, o Kindle é uma das invenções mais interessantes dos últimos tempos. Entretanto, os brasileiros ainda não desfrutam de todos os benefícios que o eReader da Amazon.com traz. Isso porque ainda existem algumas restrições que fazem da experiência de uso um tanto incompleta. Nos Estados Unidos, o usuário do Kindle pode publicar seus próprios livros e vendê-los pela rede da Amazon – no Brasil, ainda não. Quem for o proprietário de um desses na terra do Tio Sam pode baixar mais de 350 mil livros próprios para o seu formato.
Deixando algumas dessas questões para mais tarde, vamos ao que interessa. O Kindle International Wireless foi lançado e teve suas vendas liberadas ao mercado internacional em outubro de 2009 e de lá para cá muito se ouviu a respeito do novo modo de ler livros. Todo o corpo do leitor, na sua parte frontal é revestido de plástico branco e tem o fundo revestido de metal com dois alto-falantes na parte inferior. Além disso, o Kindle tem teclado QWERTY completo e inclui as teclas “Aa”, para aumentar ou diminuir o tamanho das fontes, e “SYM”, para inserir símbolos como “@”, “#”, “$” e assim por diante.
Além dessas duas teclas diferenciais, o Kindle International Wireless conta com seis botões laterais e um controle direcional com clique. Ao lado esquerdo da peça, o Kindle tem as teclas “Previous Page” (para voltar à página anterior), menor, e “Next Page” (para avançar páginas), maior. Seguindo a mesma configuração, o lado direito repete o “Next Page” e traz o botão “Home” logo acima. Ao clicar “Home”, você é direcionado ao menu principal do seu Kindle, com seus periódicos e livros listados.
Um pouco mais para baixo, estão “Menu”, “Back” e o controle direcional para navegar nos menus. Entretanto, o botão mais importante que você deverá localizar está na parte superior do Kindle. É uma chave para “ON/OFF” – afinal se não for este botão, não será possível fazer qualquer outra coisa no eReader. Ao lado desta chave está o plug para headphones – logo você saberá para que usar headphones em um leitor de ebooks.
Não fique assustado caso uma imagem ou um trecho de texto aparecer na sua tela – o Kindle exibe obras famosas e algumas citações de grandes autores quando está desligado. Isso não irá consumir muita bateria do seu Kindle. O pequenino da família de leitores de eBook da Amazon.com permite que você armazene até 1.500 livros – o espaço para arquivamento é de 2 GB. Entretanto, uma questão que preocupa muita gente está relacionada à bateria. Quanto tempo será que ela dura?
Tudo depende do tempo de uso e da maneira como se usa o Kindle. Se você deixar o detector de wireless ligado, irá consumir bons níveis de energia do seu eReader. Entretanto, se você mantiver o Kindle com o wireless ligado, a bateria deverá durar em torno de quatro dias até a próxima carga. Porém, se você desligar o wireless – usando-o apenas quando necessário – elevará o tempo da bateria para duas semanas. Ações como usar muito o wireless, comprar na Kindle Store e baixar conteúdos pode consumir boas porções de bateria. Portanto, é bom cuidar para não viciá-la.
O carregamento se faz através da alimentação pelo cabo USB conectado ao computador. Não tente usar cabos de padrão universal no Kindle; não funcionará. Isso porque o leitor possui uma entrada e plug próprios, ou seja, não são adaptáveis a outros eletrônicos. Este mesmo cabo USB possui um adaptador para ser conectado a uma tomada normal. Assim é possível carregar o seu Kindle mesmo que não haja um computador por perto. Só é importante lembrar que a voltagem deste carregador é de 100V-240V.
O tempo para que a bateria fique nova em folha é de aproximadamente quatro horas. Portanto, tome cuidado com os intervalos para carregar o seu Kindle. Afinal é preciso manter o tempo padrão para que o equipamento seja completamente carregado.
Ouça seus livros e notícias
Uma característica bastante interessante do Kindle International Wireless é o modo “Text-to-Speech”. Para ativá-lo, basta abrir um livro, jornal ou revista e pressionar a tecla “Aa”. Você verá opções de tamanho da fonte do texto, personalização do número de palavras por frase e, finalmente, o ativador do narrador de textos. Tudo o que precisa ser feito para ativar esta opção é manter a seleção sobre “turn on” e clicar com o controle direcional do seu Kindle. A partir daí, você pode ouvir o que o periódico ou livro tem a dizer.
Caso você esteja sozinho em casa, pode ouvir normalmente, sem o auxílio de fones de ouvido. Entretanto, lugares públicos exigem o uso dos fones para que ninguém mais seja importunado com algo que eles não precisam ouvir, não é mesmo? É por este e outros motivos que o Kindle está sendo comparado ao iPod nos seus primeiros anos de vida. “O iPod dos livros”, este é um dos títulos mais encontrados em reportagens e artigos sobre o leitor da Amazon.com. Você ainda pode personalizar a voz de leitura do seu Kindle. As opções variam entre voz masculina, feminina e três velocidades diferentes.
Conecte-se ao mundo dos livros
O Kindle tem seu foco, também, em conexão com a internet através do modem 3G dele. A opção pelo 3G foi feita de maneira que o usuário não precisasse procurar por hotspots de internet wireless comum. Entretanto, este parece ser um ponto bastante negativo do Kindle. Permitindo apenas um tipo de conexão, o aparelho acaba complicando a utilização de outras formas de interação com a rede. Com o 3G, a principal desvantagem está em situações em que é preciso conectar-se em lugares em que o sinal não está bom o suficiente para estabelecer uma ligação com a loja virtual do Kindle.
Por isso, se você espera fazer downloads mais rápidos ou então acessar o catálogo da loja do Kindle, é importante certificar-se de que o sinal 3G, GPRS ou EDGE está em medidas satisfatórias. Você perceberá se o sinal está bom o suficiente se as barras de exibição do sinal estiverem preenchidas com a tinta preta do E Ink. Entretanto, se você obtiver apenas o contorno preto e o interior das barras se mantiver em branco, significa que o sinal existe, mas não está forte o bastante para que o Kindle estabeleça uma conexão. E se o contorno for cinza, não há sinal próximo do local em que você está.
Contudo, se você não pretende trabalhar com a conexão 3G que o Kindle oferece, é possível adicionar conteúdo a ele de outra maneira. Use o cabo USB do seu eReader para ligá-lo ao seu computador. Agora basta ir até a Amazon.com e comprar os livros, revistas e jornais que você desejar e aguardar alguns instantes até o download. Feito isso, basta transferir os arquivos para o seu Kindle. Por falar em “transferência”, você sabia que o Kindle pode funcionar tal qual um pendrive?
Da mesma maneira que você pode adicionar livros através do seu computador ao Kindle, também é possível inserir arquivos das mais variadas origens, desde que o limite de 2 GB seja respeitado. Além de enviar arquivos de ebooks, você também pode fazer com que o seu Kindle carregue arquivos PDF em geral, como artigos científicos, apresentações, textos e qualquer outro conteúdo neste formato. Ainda assim, é possível converter seus arquivos ao formato próprio do Kindle – AZW.
Leitura: ergonomia, botões e conforto
O leitor da Amazon.com tem um grande trunfo em suas mãos, ou melhor, na sua tela: o conforto ao ler. Ao contrário das outras telas, o Kindle consegue manter um padrão de luminosidade quase nulo e permite que o usuário tenha a sensação de estar lendo um livro “de verdade”. Contudo existe um ponto que pode ser um pouco avesso à praticidade e ao costume de alguns usuários. Tem-se a convenção de adotar a direita para avançar e a esquerda para voltar. É assim que a maioria dos botões nos mais diferentes eletrônicos é disposta. Entretanto, o Kindle oferece botões para avançar páginas em ambos os lados enquanto o botão dedicado a voltar páginas está no lado esquerdo.
Mesmo assim, esta disposição de botões pode ser bastante ergonômica para alguns leitores que tenham o costume de ler segurando apenas uma dos lados do Kindle. Assim fica mais fácil navegar entre as páginas e ler. Contudo, este tópico – navegação – é um pouco discutível. Normalmente, documentos que não possuem paginação inserida corretamente no padrão AZW (formato dos ebooks do Kindle) podem oferecer alguma dificuldade ao leitor. Existe, sim, uma ferramenta para navegar e pular de uma página a outra do seu ebook. Porém, se o seu documento não foi numerado corretamente, como é o caso de alguns jornais, pode acontecer da navegação ser um pouco prejudicada.
Para quem adora ler com as luzes apagadas, o Kindle não é tão recomendável assim. A tela não iluminada do leitor não permite que se leia no escuro, assim como acontece com o livro de papel. Talvez este seja um dos maiores pontos de ligação entre os livros tradicionais e os Kindles. “To read a Kindle at night, use a candle” (Para ler o Kindle à noite, use uma vela – ou qualquer coisa que emita luz), pode ser uma frase em inglês para uma sugestão de como ler o Kindle em ambientes de pouca luz.
Audiobook? Sim senhor!
Outra opção bastante popular do Kindle é a utilização de audiobooks para quem gosta de ouvir livros enquanto estão viajando ou até mesmo em um café e outros lugares. Para quem prefere ouvir a ler, os audiobooks em MP3. Por isso, o eReader permite que você adicione músicas neste formato e ainda pode ouvi-las normalmente, basta acessar as suas músicas, assim como faz com os livros. O Kindle também pode receber imagens, novamente, na sua função “pendrive”.
Acessórios divertidos e funcionais
Assim como os iPods e iPhones, o Kindle também tem seus complementos e “brinquedinhos”. É sempre bom protegê-lo contra colisões, quedas, riscos e outras coisas que possam acontecer dentro de uma mochila. Entretanto, essas capas não acompanham o produto na sua compra. Os preços variam de acordo com o material do qual ela é feita, da loja e assim por diante. Além disso, esses acessórios estão à venda no site da Amazon.com. Alguns exemplos do que se pode encontrar lá são as lâmpadas próprias para a leitura do Kindle no escuro; skins decorativos para personalizar o seu leitor; carregadores e uma série de outros dispositivos.
Marque trechos e citações
“My Clippings” é uma propriedade bastante útil do seu Kindle. Qualquer texto exibido na sua tela pode ser “clippado”. Para fazer com que estas citações e trechos sejam armazenados para que você recorra a eles sempre que for preciso, movimente o controle direcional até o início do trecho. Agora, clique com ele uma vez. Note que o cursor ficará inclinado, tal qual a formatação “itálico” do Word. Movimente o cursor no sentido da fluência do texto para selecioná-lo. Quando chegar ao fim, clique novamente. Agora seu texto está sublinhado. Isso indica que aquele pedaço foi enviado e arquivado na seção “My Clippings”.
Depois, quando você conectar o Kindle ao seu computador, haverá um arquivo em TXT dentro da pasta “Documents” (Documentos) contendo tudo o que foi sublinhado por você e a origem destes grifos.
Afinal, vale a pena?
A discussão entre os fãs dos livros e os que são a favor dos ebooks é realmente interminável. Mas o Kindle traz muitos pontos positivos ao mercado editorial e também ao leitor, que agora pode encontrar livros à venda por uma média de US$ 10. Com isso, a leitura torna-se empolgante e divertida. Porém, muita gente questiona a compra de um aparelho de US$ 259 para ler livros de preço bem inferior. No Brasil, o preço do Kindle fica em torno dos R$ 500, dependendo da cotação do dólar. Além disso, existem as taxas de importação e acessórios. Além disso, existe uma taxa adicional de US$ 1,99 sobre qualquer download feito pelo Kindle.
Porém, se você baixar o livro primeiro no computador e depois transferi-lo para o Kindle, não há custo adicional algum. Todos os materiais de leitura que forem comprados pela Amazon não serão compatíveis com quaisquer outros dispositivos de leitura – o que traz mais exclusividade ainda ao Kindle. Existem especulações de que o iPhone pudesse trazer tal compatibilidade, mas ainda não houve confirmação sobre o assunto.
Em termos de interface e usabilidade de teclas, o Kindle é muito bom. Porém, aquele pequeno ajuste referente às teclas “Next Page”, que estão duplicadas em ambas as bordas do leitor, podem tornar a navegação um pouco confusa. Contudo, este não é um problema tão sério assim. Talvez um dos pontos de aprimoramento do Kindle esteja no seu modelo de conexão com a internet – que por agora só é feita via 3G. Encontrar pontos de internet sem fio não é tão complicado assim, portanto, adicionar um receptor de sinal de roteador wireless, seria uma boa característica do Kindle. Este ponto foi bastante negativo no teste que fizemos, afinal não foi possível estabelecer uma conexão via 3G durante o tempo de avaliação do leitor.
Outra melhoria pode ser a tela sensível ao toque. Esta modificação acrescentaria a sensação de realmente estar lendo um livro, de maneira que o Kindle ficasse mais parecido com um tablet. Além disso, a tela em cores pode ajudar muito quem pretende ler manuais, livros com gráficos e outras necessidades relacionadas à coloração da tela. Ao levar em conta tudo isso e as características já apresentadas do Kindle, pode-se concluir que o leitor irá permitir ainda mais interatividade com os livros. Porém, é preciso fazer algumas reformas para que o livro digital conquiste o coração dos leitores como o livro de papel já o fez há muito tempo atrás.
Novidade
Se você já havia comprado seu Kindle, mas se sentia um pouco mal por ele não contar com a leitura de PDF e os quatro dias de duração de bateria – se o wireless estivesse ligado - pareciam um tanto insuficientes, temos uma boa notícia. Segundo a Amazon, a atualização do sistema do Kindle faz com que ele possua leitura nativa de PDF e ainda traz um enorme benefício para a bateria: um aumento na duração correspondente a 85%, ou seja, um total de 7 dias.
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Com tanta convergência e praticidade, você conseguiria deixar de lado os bons e velhos livros de papel? Será que o Kindle vai conquistar o coração dos leitores assíduos? Conte para gente a sua opinião! Afinal de contas os livros estão começando a experimentar a mesma sensação das músicas com o nascimento dos iPods. Portanto, diga qual é a sua opinião no seu comentário!
Fique atento para mais análises no Baixaki!
Até a próxima!
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