Não há como negar que a internet virou uma tendência no que diz respeito à comunicação nos últimos anos. Da mesma forma, as pessoas estão preferindo utilizar ferramentas e programas que sejam operados a partir do navegador, baseados em Web 2.0 e Cloud Computing a ter que ficar instalando coisas, preocupando-se com versão de Sistema Operacional, plataforma, etc.
Como um bom exemplo desta mudança, pense em como cada vez mais pessoas tem deixado de utilizar programas específicos de leitura de e-mails para aderirem àqueles abertos diretamente a partir dos navegadores. As vantagens são várias, especialmente a questão de poder ser aberto em qualquer lugar sem ter que depender de um programa previamente instalado e configurado para tal função.
Porém toda esta praticidade tinha algumas limitações. Muitos gamers até gostariam de aderir a este novo universo “a partir do browser”, porém não há como comparar os jogos com tecnologia 3D aos que podem ser suportados pelos navegadores. Ou... talvez isto esteja prestes a sofrer uma mudança.
Em 4 de Agosto de 2009, o Khronos Group anunciou maiores detalhes sobre o seu novo padrão WebGL. Tendo sido anunciado pela primeira vez em Março deste ano na Conferência de Desenvolvedores de Jogos (Game Developers Conference), este padrão visa habilitar gráficos 3D em páginas da internet sem a necessidade de extensões ou complementos para os navegadores.
Mas afinal, o que é WebGL?
De uma forma bem simples, o WebGL é uma iniciativa de padrão que permite utilizar gráficos 3D em navegadores de forma “nativa”, sem ter que ficar recorrendo a download de qualquer complemento para tal. Falando em termos mais técnicos, o WebGL é baseado no elemento Canvas do HTML5, atuando em conjunto com funções OpenGL ES 2.0 através de comando JavaScript que será utilizado em navegadores (ou qualquer plataforma que possua suporte à gráficos OpenGL ou OpenGL ES) para exibir imagens 3D.
Para cumprir tal tarefa sem a necessidade de complementos, esta nova tecnologia utiliza as placas de vídeo para aceleração 3D em navegadores, tendo como um dos principais objetivos aumentar a qualidade da renderização 3D deles aproveitando o processamento das placas de vídeo compatíveis.
O grupo envolvido no desenvolvimento do padrão WebGL (incluindo, além do Khronos Group, corporações como a AMD, Ericsson, Google, Mozilla, NVIDIA e Opera), tem trabalhado para que ele seja multiplataforma, portátil, seguro e esteja disponível para diversos navegadores. Segundo o Khronos Group, este padrão será inteiramente aberto e livre de royalties. O lançamento da primeira versão para o mercado está prevista para o primeiro semestre de 2010.
Os navegadores baseados no motor Webkit (como Safari, Google Chrome e Konqueror) já estão implementando os padrões do WebGL. Abaixo você confere um vídeo com testes efetuados no WebKit já com implementação do WebGL (vídeo e testes da empresa WolfireGames).
Além dos navegadores acima citados, as versões do Firefox 3.7 que foram lançadas a partir do dia 18 de Setembro também já possuem suporte ao WebGL e estão disponíveis no servidor FTP da Mozilla. Para utilizar o WebGL, ele deve ser habilitado no about:config. ATENÇÃO: Sempre é bom lembrar que estas versões do navegador ainda estão instáveis e em fase de teste e a tecnologia em si também ainda não está completamente desenvolvida e pode trazer conflitos com o Sistema Operacional.
Abaixo segue o vídeo de demonstração feito pela Mozilla com o uso do WebGL implementado no Firefox 3.7.
Certamente este padrão representa um grande avanço ao desenvolvimento de diversas aplicações, especialmente jogos baseados na web, isto sem contar outras aplicações envolvendo gráficos. Imagine que isto pode representar o fim dos problemas de compatibilidade de jogos com determinadas plataformas e especificações gráficas.
Além disto, este padrão também pode trazer uma série de possibilidades para os desenvolvedores de aplicações para o iPhone e Android. E você, o que achou deste novo padrão que promete revolucionar o conceito 3D para a web? Não deixe de participar comentando este artigo com a sua opinião sobre o assunto.