Não é de hoje que a falta de alimentos para todos os seres humanos é um problema sério e essa questão só tende a piorar enquanto a população mundial aumenta – atualmente, somos quase 7,3 bilhões de bocas para alimentar. Como a tendência é que a quantidade de terras disponíveis para a produção de comida não aumente, cabe aos mais inventivos de nós bolar maneiras alternativas produzir o que comer.
Com esse objetivo, a designer holandesa de alimentos Chloé Rutzerveld desenvolveu um conceito de lanches saudáveis e sustentáveis feitos com base na tecnologia de impressoras 3D. A ideia é usar as máquinas para fabricar pequenas estruturas feitas com camadas de massa, sementes, esporos, fermento e ágar – substância gelatinosa que age como solo –, mistura que dá origem a vegetais e cogumelos que podem ser ingeridos após alguns dias.
Chamado de Edible Growth (“Crescimento Comestível”, em tradução livre), o projeto foi feito em parceria com a Universidade de Tecnologia de Eindhoven e a organização de pesquisa TNO. O objetivo era investigar se a impressão 3D realmente pode ser usada na indústria alimentícia. “Ao imprimir comida tridimensionalmente, você pode tornar a cadeia de produção muito curta, utilizar menos transporte e usar menos terra”, diz Rutzerveld.
Só vantagens
Além de reduzir custos e tornar a produção de alimentos nutritivos mais fácil e menos custosa, a holandesa ressalta que o Edible Growth também representa uma nova forma de atrair clientes. “Você pode experimentar com novas estruturas. Também é possível surpreender o consumidor com comidas novas e coisas que nunca foram feitas antes”, pontua.
“Atualmente, as companhias só conseguiram imprimir esculturas de açúcar, chocolate e outros doces insalubres, transformando um produto A e outro A com uma forma diferente. As coisas que são feitas não podem ser chamadas de ‘comida’ e, além dos aspectos estéticos, não possuem valor adicional ou necessidade de serem impressas”, explica a holandesa.
Somando-se ao alimento “natural, saudável, sustentável e nutritivo”, o principal benefício da ideia é a redução da quantidade de entulho alimentício, transporte e emissão de gás carbônico. “Ao mesmo tempo, os consumidores vão se tornar mais conscientes sobre as coisas que comem”, conclui a designer.
Só mais alguns anos
No momento, o Edible Growth não passa de um simples conceito de comida do futuro, de forma que ainda não é possível imprimir o alimento. Para que a ideia possa se tornar necessidade, ainda serão necessários muitos anos de pesquisas e experimentos tanto com relação ao desenvolvimento de hardware, software e composição de ingredientes.
Caso tenha gostado da ideia, você pode encontrar mais informações sobre o projeto no site de Rutzerveld, acessível por meio deste link. E aí, estaria disposto a comer uma dessas cestinhas de cogumelos e vegetais? Prefere esperar por impressoras 3D capazes de fazer bacon? Deixe sua opinião nos comentários.
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