Quando a impressão tridimensional começou a se popularizar, incontáveis pessoas começaram a brincar com aquela clássica piadinha: “Posso usar uma impressora 3D para imprimir outra impressora 3D?”. Bom, a resposta seria não, já que tais equipamentos são incapazes de produzir a parte eletrônica responsável por seu próprio funcionamento – cabos, circuitos e outros componentes que conduzem energia elétrica.
Porém, ao que tudo indica, essa resposta se tornará incorreta em um futuro próximo. Mike Toutonghi, um cidadão tcheco de 52 anos, acaba de inventar o primeiro filamento para impressoras 3D capaz de conduzir eletricidade. Compatível com qualquer impressora que trabalhe com PLA, o novo material – batizado como F-Eletric – pode então ser utilizado para a fabricação rápida de circuitos, fios, placas de computador, conectores e outros tipos de componentes eletrônicos.
Para financiar a produção em massa do novo componente, Toutonghi lançou uma campanha de financiamento coletivo no Kickstarter com o intuito de coletar US$ 100 mil – no momento em que esta matéria foi escrita, dez apoiadores haviam doado um total de US$ 1,4 mil para o projeto. Como recompensa aos doadores, o inventor oferece alguns dispositivos eletrônicos cujos circuitos foram impressos com o filamento milagroso (como uma pequena lanterna).
As origens da ideia
Mais curiosa ainda é a história do desenvolvimento do F-Eletric. Toutonghi conta que sua aventura para a criação de um filamento condutor começou em seu aniversário de 50 anos, em 2012, quando seu filho pediu sua ajuda em um trabalho escolar. O pequeno tinha que criar um míssil eletromagnético e precisava de alguns circuitos que seriam bem difíceis de serem feitos manualmente.
O inventor tcheco se afundou em pesquisas e contatou empresas famosas no ramo de impressão tridimensional, mas não encontrou um material que pudesse ser usado em sua MakerBot Replicator II e fosse capaz de conduzir energia. Enxergando uma boa oportunidade de mercado, Toutonghi pediu demissão de seu antigo trabalho – como CTO da Parallels, empresa de soluções em virtualização e automação para desktops – e focou todo o seu tempo na criação de um material que pudesse ser utilizado para impressão de circuitos.
Em agosto, mês de aniversário de seu filho, o pesquisador finalmente conseguiu elaborar o F-Eletric. Toutonghi não revela os componentes utilizados para o preparo do filamento, já que sua patente ainda não está registrada – ele se limita a comentar, contudo, que o material utiliza nanotubos de carbono. Se a campanha de financiamento atingir sua meta, o F-Eletric será disponibilizado no mercado já no primeiro trimestre de 2015. Será que finalmente poderemos fazer dinheiro imprimindo impressoras 3D?
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