IBM cria superchip que imita o cérebro humano e consome pouquíssima energia

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Imagem: Forbes

Hora ou outra a IBM surpreende o mundo com suas novas concepções sobre como deveriam funcionar os computadores. Há alguns meses, foram os avanços na computação quântica e, agora, a empresa apresentou a evolução do seu chip que imitava um neurônio humano.

Grosso modo, esse chip do projeto SyNAPSE (Systems of Neuromorphic Adaptive Plastic Scalable Electronics) foi escalonado para uma versão maior que conectou um milhão desses componentes um ao outro. Cada um desses chips pode receber informações de 256 outros e envia dados para mais 256 chips na mesma placa. Com isso, você tem 256 milhões de sinapses acontecendo só nesse conjunto, que inclusive é incrivelmente portátil para um aparelho tão complexo.

Construção

Cada um desses chips é constituído de um módulo de processamento, outro de memória (100 mil bits cada), um de comunicação e mais alguns outros elementos necessários para o funcionamento. A fabricação ficou a cargo da Samsung, que utilizou seu sistema de produção em 28 nm.

No fim, a IBM utilizou 16 dessas placas, juntando assim 16 milhões de núcleos para criar um computador que tem um potencial ainda não explorado. Para isso, a empresa já está trabalhando em um tipo de software desenvolvido para aproveitar essa arquitetura “humanizada”.

Modelo de estrutura do TrueNorth

Mais impressionante do que a forma como esses chips foram concebidos é a quantidade de energia que eles consomem. Cada conjunto de 1 milhão de núcleos ou “neurônios eletrônicos” precisa de apenas 70 miliwatts para funcionar. Isso é a energia fornecida por uma bateria de um aparelho auditivo, por exemplo. Em densidade de energia, esses TrueNorth, como estão sendo chamados, usam 20 miliwatts por centímetro quadrado. Um processador tradicional precisa de pelo menos 50 watts. Ou seja, a comparação é completamente desleal.

Reconhecendo o potencial dessa criação, um órgão de produção de tecnologia militar dos EUA já investiu US$ 53 milhões no projeto. Com isso, a IBM e os seus parceiros estão trabalhando na criação de uma universidade dedicada à propagação do conhecimento e ao desenvolvimento de softwares específicos para computadores funcionando com o TrueNorth.

Isso não é surpresa alguma, dadas as possibilidades de aplicação do chip de 1 milhão de núcleos. Além de outras utilidades como o monitoramento da natureza em áreas remotas, um chip como o TrueNorth poderia ser usado em smartphones, por exemplo, e mantê-los funcionando por dias a fio com as mesmas baterias que temos hoje.

De qualquer maneira, a essa nova tecnologia da IBM está praticamente pronta para produção, mas a empresa ainda precisa adaptá-la para aplicações comerciais, criando softwares e padrões de hardware compatíveis, uma vez que o TrueNorth é completamente diferente do que temos usado até hoje em nossos computadores.

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