Review: smartphone Huawei Mate 9

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Prós
  • Ótima duração da bateria
  • Design de qualidade
  • Tela com tamanho generoso
  • Câmeras fotográficas excelentes
Contras
  • A EMUI 5.0 ainda precisa de alguns ajustes
  • A lente frontal não traz nenhum diferencial notável
  • Não possui distribuição oficial no Brasil

Ainda um tanto desconhecida no Brasil, a Huawei é uma marca que tem uma grande participação de mercado em sua terra natal, a China. Investindo cada vez mais em dispositivos atualizados e com ótimo desempenho, a empresa já ganhou reconhecimento na Europa e, aos poucos, começa a se estabelecer também nos Estados Unidos.

Em meio a diversos lançamentos, o Mate 9 surge como uma das melhores chances de a companhia conquistar de vez seu espaço no Ocidente. Dispondo de uma tela generosa (5,9 polegadas), o gadget tem tudo o que é preciso para ocupar o vazio deixado pelo Galaxy Note 7, permitindo que a fabricante bata de frente com nomes como Samsung, Sony, LG e Apple.

Oferecendo recursos de software exclusivos e uma câmera potente, o dispositivo também tem como atrativo a ótima duração de sua bateria. Mas será que isso é o suficiente para justificar uma possível importação para o mercado brasileiro? As respostas para essa e outras perguntas você descobre em nossa análise.

Especificações técnicas

  • Sistema operacional: Android 7.0 (com EMUI 5.0)
  • Tela: 5,9 polegadas
  • Resolução: 1920x1080 pixels
  • Densidade: 373 ppi
  • Chipset: Hisilicon Kirin 960
  • CPU: octa-core (4 x Cortex-A73 de 2,4 Ghz e 4 x Cortex-A53 de 1,8 GHz)
  • GPU: Mali-G71 MP8
  • Memória RAM: 4 GB
  • Armazenamento interno: 64 GB (expansível com cartões micro SD de até 256 GB)
  • Câmera fotográfica: sistema duplo de 20 MP + 12 MP com f/2.2, estabilização ótica, lentes Leica, foco automático por laser, flash dual-LED (dual tone)
  • Câmera frontal: 26 mm com sensor de 8 megapixels e f/1.9
  • Recursos de fotografia: geomarcação, foco por toque, detecção de rostos/sorrisos, panorama e HDR
  • Bluetooh: 4.2 com A2DP, EDR e LE
  • Conectividade: WiFi 802.11 a/b/g/n/ac, DLNA, WiFi Direct e hotspot WiFi
  • USB: Tipo C reversível versão 2.0
  • Sensores: leitor de impressões digitais traseiro, acelerômetro, giroscópio, proximidade, barômetro e bússola
  • Bateria: 4.000 mAh não removível
  • Dimensões: 156,9 x 78,9 x 7,9 mm
  • Peso: 190 gramas

Design

O Mate 9 tem um aspecto visual bastante condizente com o que se espera de um smartphone considerado top de linha. Apostando em uma construção em alumínio, o dispositivo tem como principal destaque sua tela generosa de 5,9 polegadas que, da maneira como foi construída, não resulta em um aparelho consideravelmente grande.

Muito disso se deve à maneira como a fabricante encaixou o componente em seu design. Apostando em bordas laterais bastante finas, a companhia concentra a maioria dos elementos essenciais nas partes superior e inferior ao display. O resultado é um gadget que é somente alguns milímetros maior do que o iPhone 7, que tem um display de 5,5 polegadas — diferença que só é realmente percebida ao encostar os dois dispositivos lado a lado.

O dispositivo tem como principal destaque sua tela generosa de 5,9 polegadas

Em outras questões de design, o Mate 9 segue preceitos um pouco mais conservadores. Na lateral direita, o usuário encontra os controladores de volume e o botão Power, enquanto a parte inferior é reservada para as grades do sistema de som com qualidade estéreo e para a conexão USB tipo C.

Já a parte superior tem um conector para fones de ouvido nos moldes tradicionais, um bom sinal para quem ainda não fez a transição para acessórios Bluetooth. Outros elementos esperados são os sensores de proximidade e a câmera frontal que surgem acima da tela e o logotipo da fabricante abaixo do display.

O Mate 9 tem dimensões ligeiramente maiores que as do iPhone 7 Plus

Por fim, a parte traseira revela o leitor de impressões digitais e o sistema duplo de câmeras, que vem acompanhado de flash com LED duplo e com um sensor de foco a laser. Esses componentes são ligeiramente destacados do corpo do aparelho, mas não chegam a fazer com que ele fique inclinado quando deixado sobre uma superfície.

Bem construído e transmitindo uma boa sensação de resistência, o Mate 9 é ligeiramente mais pesado do que outros aparelhos da categoria, o que não chega a ser um problema. A Huawei foi muito bem sucedida em criar um aparelho que, se não se mostra revolucionário, tem um visual compacto e atraente.

Tela

Com 5,9 polegadas, a tela do Mate 9 oferece um espaço generoso para a reprodução de vídeos, navegação pela internet e acesso a jogos eletrônicos. No entanto, o aparelho pode decepcionar quem procura a última palavra de tecnologias de display: adotando a resolução 1920x1080 pixels (Full HD), o gadget não oferece imagens tão nítidas quanto o Galaxy S7 ou o LG G5, por exemplo.

No entanto, isso não significa que estamos lidando com um produto de baixa qualidade ou que é difícil visualizar elementos. O Mate 9 tem ótimos níveis de brilho e conta com um acabamento antirreflexivo que evita ter que lidar com reflexos chatos em dias muito iluminados ou em ambientes nos quais há fontes de iluminação que incidem diretamente sobre sua tela.

Também chama a atenção a qualidade da reprodução de cores que, segundo a fabricante, tem 96% de saturação. Isso é especialmente útil na hora de consumir conteúdos multimídia — especialmente filmes —, pois evita ter que lidar com elementos “apagados” ou com cores que surgem um pouco “sem vida”.

Em nossa opinião, a aposta em uma quantidade menor de pixels não trouxe prejuízos ao Mate 9, cujo display proporciona uma ótima experiência de uso. Além disso, a decisão traz como vantagem um menor consumo de bateria em relação aos concorrentes, algo ótimo para quem não gosta de deixar o aparelho conectado à tomada durante muito tempo.

Hardware e desempenho

Equipado com o chipset Kirin 960 — produzido pela própria Huawei —, o Mate 9 não deixa a dever a nenhum Snapdragon ou Exynos top de linha. Com arquitetura octa-core, o processador consegue executar sem qualquer problema jogos e aplicativos pesados, se mostrando uma ótima solução para qualquer perfil de usuário.

O ótimo desempenho do processador é auxiliado pela presença de nada menos que 4 GB de memória RAM. Além de assegurar que softwares vão abrir com bastante rapidez, isso permite alternar rapidamente entre diferentes aplicativos e realizar atividades em segundo plano sem que isso ocasione lentidões.

Mesmo tentando forçar o hardware ao máximo, não conseguimos testemunhar nenhum momento em que o Mate 9 foi incapaz de realizar uma tarefa ou exibiu alguma mensagem de erro. Em outras palavras, o produto consegue oferecer exatamente aquilo que se espera de um top de linha com preço alto.

Benchmarks

Durante nossos testes, submetemos smartphones a três softwares de benchmark com o intuito de medir o poder deles em diferentes condições. São eles o AnTuTu 6, o Vellamo e o 3D Mark (teste IceStorm Unlimited), cada um especializado em uma medição específica de critérios de software e hardware.

O elemento comum a todos os aplicativos usados é o fato de que, quanto maior a pontuação indicada, melhor costuma ser o desempenho oferecido. Note que os valores apontados servem somente como uma indicação da performance de um produto e não devem ser interpretados de maneira absoluta na hora de comparar o que é oferecido por cada aparelho.

Desenvolvido pela 3D Mark, o teste Ice Storm Unlimited analisa tanto o potencial do processador quanto da GPU de um dispositivo. Voltado ao universo dos games, ele dispensa o uso de técnicas de V-Sync, permitindo ter uma noção mais próxima de como um aparelho vai se comportar em condições de uso reais.

O AnTuTu Benchmark 6 analisa o desempenho de um smartphone de maneira mais geral, levando em consideração a maneira como CPU, GPU e memória RAM se comportam em diferentes momentos. O objetivo do software é oferecer uma ideia mais próxima de como um aparelho se comporta em situações de uso cotidianas.

O Vellamo promove dois teste especializados: HTML5 e Metal. O primeiro avalia a maneira como um dispositivo interage com conteúdos da internet, enquanto o segundo indica o desempenho geral do processador. O teste é especialmente interessante para quem costuma usar muito o smartphone para acessar conteúdos online variados.

Software

O Mate 9 já sai de fábrica com o sistema operacional Android 7.0 Nougat, que é acompanhado pela interface EMUI 5.0 da Huawei. Enquanto no passado a companhia apostou em diversas modificações estéticas, aqui ela “puxa o freio” um pouco e entrega uma experiência que aproveita muitos dos recursos oferecidos como padrão pelo sistema operacional.

A decisão de mexer na fórmula da Google traz consequências positivas, embora a fabricante chinesa continue a pecar em alguns quesitos. Entre os diferencias trazidos pelo Mate 9 está seu sistema nativo de otimização de recursos: além de oferecer funções de antivírus, ele alerta quando um processo em segundo plano está usando muitos recursos e permite “limpar” rapidamente a memória RAM do dispositivo.

Por padrão, o smartphone abandona completamente o uso de uma bandeja de aplicativos

Também chama a atenção o sistema de aplicativo gêmeo. Esse recurso permite rodar duas versões simultâneas do WhatsApp e do Facebook, facilitando o uso simultâneo de duas contas nesses aplicativos. Na prática, é como se você estivesse usando dois celulares diferentes, resultando em um processo que acontece sem nenhuma espécie de conflito.

Outra decisão interessante é que, por padrão, o smartphone abandona completamente o uso de uma bandeja de aplicativos. Com isso, todos os softwares instalados ficam espalhados por diferentes telas — o resultado é semelhante à maneira como o iOS funciona. Caso você não goste desse sistema, é possível optar por um medo de organização mais tradicional através do painel de configuração do aparelho.

No entanto, a experiência do EMUI 5.0 falha em alguns quesitos. Como o produto não está disponível oficialmente no Brasil, alguns detalhes de sua interface surgem em inglês. Outro ponto que também não agrada muito é o sistema de notificações, que aparecem de forma muito simplificada e torna difícil distinguir os conteúdos pertencentes a diferentes aplicativos.

Câmeras

Algo que chama muito a atenção no Mate 9 é a qualidade de suas câmeras fotográficas, especialmente aquela exibida pelo conjunto de lentes traseiras. O dispositivo conta com dois sensores: um de 20 megapixels, que capta imagens somente em preto e branco, e outro mais convencional de 12 megapixels, ambos desenvolvidos em parceria com a Leica.

A combinação entre esses dois sensores resulta em um sistema que a fabricante batizou de “abertura ampla”. Quando ele é ativado, você ganha a opção de destacar um elemento em uma fotografia e borrar os demais, criando assim um contraste bastante evidente entre eles.

Em geral, os resultados disso são bastante interessantes, mas é preciso usar a função com cuidado. Isso porque muitas de suas fotografias podem ficar com uma aparência artificial, e nem sempre o software é bem sucedido em borrar todos os elementos de fundo de uma imagem.

Na hora de registrar imagens de forma mais convencional, o Mate 9 não decepciona. Ele é capaz de registrar boas fotografias mesmo em ambientes com pouca iluminação, e seu sistema de flash ajuda a compensar bem a falta de fontes de luz — contanto que você o use de forma moderada.

Também chama a atenção a qualidade das fotos em preto e branco e os diferentes filtros que a fabricante oferece através de um software fácil de usar. Para quem gosta de um maior controle sobre suas fotografias, surge como elemento positivo a grande quantidade de ajustes manuais com os quais é possível trabalhar.

Por fim, a lente frontal de 8 megapixels apresenta resultados mais convencionais e se mostra uma boa opção para tirar selfies. Assim como outras fabricantes, a Huawei aposta em um software de “embelezamento” que ajuda a remover imperfeições e afinar o queixo, mas que deve ser usado com moderação para não resultar em algo bizarro.

Bateria

Com generosos 4.000 mAh, a bateria do Huawei Mate 9 é uma das características que mais chamam a atenção no dispositivo. Mesmo quando tentamos forçar o gadget ao máximo de sua capacidade, o componente garantiu pelo menos 40% de carga restante no final do dia — isso após passar horas reproduzindo vídeos, rodando jogos e navegando pela internet.

Em nossos testes de vídeo — acessados mediante uma conexão WiFi e com o brilho da tela no máximo — o gadget resistiu a mais de 14 horas de reprodução a partir de uma carga completa. Algo positivo nessa marca é o fato de o consumo de energia ter sido bastante uniforme durante todo o processo, o que evitou qualquer tipo de “surpresa” desagradável no indicador de carga.

Na prática, o Mate 9 supera facilmente os dois dias de uso caso você não dedique muito de seu tempo a realizar atividades pesadas. Em casos extremos, o gadget também conta com um modo de economia de energia que suspende a maior parte de seus recursos de forma a garantir um tempo de uso que abrange diversos dias.

Vale a pena?

Após alguns dias usando o Mate 9, é difícil não ficar um pouco triste com o fato de o aparelho não ser vendido oficialmente no Brasil. Oferecendo tudo aquilo que se espera de um bom smartphone top de linha, ele é um ótimo investimento para quem procura uma boa combinação entre bateria, hardware e software.

É difícil não ficar um pouco triste com o fato de o aparelho não ser vendido oficialmente no Brasil

O gadget não tem a tela com a maior resolução do mercado, mas suas 5,9 polegadas devem agradar quem gosta de aparelhos com dimensões generosas — embora a presença de uma Stylus faça falta em algumas horas. Ajuda muito o fato de a fabricante ter apostado em um design inteligente que resultou em um gadget compacto para seus padrões e que tem tamanho semelhante a outros produtos com telas mais discretas.

Com ótimos recursos de câmera e um software inteligente, o Mate 9 ocupa muito bem o espaço deixado no mercado pelo Galaxy Note 7. Seu principal problema — ao menos para o público brasileiro — é o fato de ele não ter distribuição oficial em nosso país, o que dificulta sua aquisição.

Nos Estados Unidos, já é possível encontrar o smartphone por US$ 600 sem vínculos com operadoras. O investimento não é exatamente barato (e não é possível parcelar o valor), mas é compensado pelo que a fabricante tem a oferecer. Caso você tenha a oportunidade e o dinheiro para isso, dificilmente a decisão por uma compra vai gerar arrependimentos.

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