Este deve ser, provavelmente, o pior momento para integrar o efetivo da HTC. Por uma reunião de fatores funestos — que vão de lançamentos mal programados a quedas brutais de lucros —, a empresa anda com dificuldades para se manter sobre os próprios calcanhares. Isso, naturalmente, foi percebido pelos seus executivos, que têm abandonado os “muros” da companhia em busca de solos mais férteis.
O último cargo importante a “limpar a mesa” foi o CEO da porção asiática da companhia, Lennard Hoornik — algo que já vinha sendo ensaiado há algum tempo, é verdade. Hoornik era o responsável pelas operações centradas na Ásia há dois anos. Entretanto, os motivos para a saída não foram deixados claros — incluindo a questão “de qual dos lados partiu a decisão?”.
De qualquer forma, o lugar foi ocupado em caráter temporário pelo CFO da empresa, Chialin Chang (pelo menos enquanto uma ocupação permanente não for resolvida).
Que o último a sair apague a luz
Hoornik é, de fato, apenas o último a decidir que o barco da HTC tem sérias chances de naufragar. Além do CEO da representante asiática, também pularam fora durante os últimos três meses o CPO Kouji Kodera, o vice-presidente de comunicações globais, Jason Gordon, a gerente global de marketing de varejo, Rebecca Rowland, o diretor de marketing digital, John Starkweather e também o gerente de estratégias de produto, Eric Lin.
O CEO Lennard Hoornik foi o último a abandonar o barco (Fonte da imagem: Reprodução/CNET)
Naturalmente, vale considerar que parte dos executivos saiu com propostas mais atraentes — sem uma relação tão clara, portanto, com a crise enfrentada pela HTC. Sarkweather, por exemplo, encontrou um confortável assento na AT&T, enquanto Lin e Rebecca integram atualmente a folha de pagamentos da Microsoft.
Entretanto, a mensagem disparada por Lin via Twitter certamente assume a forma de um presságio: “A todos os meus amigos que ainda estão na HTC — apenas saiam. Saiam agora. Isso é difícil de fazer, mas vocês serão muito mais felizes, eu garanto”.
Problemas com o One e uma queda de 98%
A debandada do alto escalão da HTC com certeza pode ser justificada pelo cenário atualmente enfrentado pela empresa taiwanesa. Entre outros fatores, certamente se pode considerar o desempenho abaixo da média do porta-bandeira da empresa, o smartphone One. Embora tenha recebido críticas positivas, o aparelho acabou quase completamente ofuscado pelo Galaxy S4, da Samsung.
(Fonte da imagem: Divulgação/HTC)
Ademais, o relatório da HTC revelou uma queda anual de 98% em seus lucros — um recorde absoluto. Isso para não lembrar da escorregada com o HTC First, que deveria ter exclusividade como um “Facebook Phone” — plano que acabou completamente frustrado quando a rede social disponibilizou o Home que, de fato, transforma qualquer smartphone em um “Facebook Phone”.
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