A HTC andava em uma posição curiosa. Há alguns anos, a companhia taiwanesa era vista com bons olhos e se diferenciava de outros competidores do país ou da China por conta de seus smartphones robustos, bonitos e extremamente eficientes. Eventualmente, no entanto, a empresa emplacou uma série de fracassos no setor, perdendo muito prestígio e dinheiro no processo. Essa maré de azar, felizmente, parece não ter afetado a capacidade da marca de produzir celulares de qualidade, e o recém-anunciado HTC U Ultra pode ser a prova disso.
Revelado junto de seu irmão mais humilde, o HTC U Play, esse novo dispositivo mobile se revela “diferentão” desde o primeiro momento. Calma, ainda não estamos falando de seu tamanho avantajado ou mesmo de suas especificações de hardware – dignas de um flagship do segmento –, mas sim do período escolhido pela fabricante para trazer ao mundo seu novo filhote. Ao que parece, a HTC preferiu jogar para escanteio a CES e a MWC deste ano para tentar tornar ainda mais especiais seus anúncios para 2017.
Será que ignorar dois dos maiores eventos de tecnologia do início do ano é realmente uma boa ideia para uma empresa que está praticamente tentando dar a volta por cima? Pelo buzz gerado em cima dos aparelhos, em especial o modelo U Ultra, pode ser que sim. Para começar, o novo top de linha da HTC chega ao mercado ostentando um porte e um visual nada tímidos. O design do aparelho, por exemplo, foge das linhas mais tradicionais da companhia e segue um acabamento de vidro bem brilhante visto em tanto outros celulares premium.
Quem já colocou as mãos no brinquedinho afirma que ele continua parrudo
Apesar de ter substituído a carcaça de metal por um material teoricamente mais frágil, quem já colocou as mãos no brinquedinho afirma que ele continua a reproduzir a busca da HTC por um produto parrudo e delicado ao mesmo tempo. No entanto, aqueles que costumam suar muito nas mãos ou são meio estabanados na hora de manusear o smartphone podem acabar preferindo cobrir parte da beleza do dispositivo com um case de proteção. Isso porque o acabamento liso e a espessura de apenas 8 mm podem ser a receita certa para acidentes fatais com o produto.
Detalhes de um gigante
O que chama mais atenção, visualmente, nesse HTC U Ultra, porém, é o seu tamanho considerável e a tela que acompanha o formato “gigante” do equipamento. Nada de errado com isso, já que o display principal tem nada menos que 5,7 polegadas com a cada vez mais popular resolução Quad HD (2560×1440 pixels). A essa altura, alguns leitores podem estar se perguntando “Calma aí, o que vocês querem dizer com display principal?!”. O termo é mais que acertado, já que o brinquedinho possui uma telinha secundária aos moldes do LG V10 e do V20.
Essa área extra tem 160x1040 pixels e, assim como nos dispositivos da concorrente sul-coreana, compila notificações, controles de aplicativos, atalhos para contatos e todo tipo de lembrete que o usuário considerar importante. Como dá para perceber nas comparações feitas pelo Phone Arena, esse conjuntinho especial faz com que o novo celular da HTC seja uma espécie de gigante ao lado de gadgets volumosos como os recentes Galaxy S7 Edge, iPhone 7 Plus e Google Pixel XL – entre outros itens.
Felizmente, esse porte generoso parece ser utilizado para abrigar configurações bem interessantes e que prometem uma experiência suave para os consumidores, mesmo nos aplicativos mais pesados. Para começar, o HTC U Ultra abriga um processador Snapdragon 821, 4 GB de memória RAM e armazenamento interno de 64 GB ou 128 GB. Achou pouco? Sem problemas, já que o dispositivo ainda traz um espaço extra para a instalação de um cartão micro SD de até 2 TB. Nada mal, hein?
O HTC U Ultra não é só mais um rostinho bonito
A câmera do aparelho é uma evolução direta da apresentada no HTC 10, mantendo o foco laser – que ganha o autofoco de detecção de fase (PDAF) –, a abertura f/1.8 e, claro, o sistema de estabilização ótica, tudo isso com 12 megapixels de resolução. Adicionalmente, o produto aposta na porta USB Tipo-C como sua principal conexão e sai de fábrica com o novíssimo Android 7.0 (Nougat). A interface padrão da empresa, chamada de Sense, ganha ainda alguns recursos de inteligência artificial, que pode dar dicas e sugestões para o usuário.
Especificações técnicas
- Tela principal: Super LCD5 de 5,7 polegadas Quad HD (2560×1440 pixels)
- Tela secundária: LCD de 2 polegadas (160x1040 pixels)
- Sistema operacional: Android 7.0 (Nougat)
- Processador: Qualcomm Snapdragon 821 quad-core, com dois núcleos de 2,15 GHz e dois de 1,6 GHz
- GPU: Adreno 530
- Memória RAM: 4 GB
- Armazenamento interno: 64 GB ou 128 GB
- Armazenamento externo: cartões micro SD de até 2 TB
- Câmera traseira: 12 MP (com abertura f/1.8)
- Câmera frontal: 16 MP
- Conectividade: 4G LTE 150/50M, Bluetooth 4.2, WiFi a/b/g/n/ac, porta micro USB Tipo-C, NFC
- Bateria: 3.000 mAh (íon-lítio)
- Peso: 170 g
- Dimensões: 79,8 mm de largura x 162,4 mm de altura x 8 mm de espessura
Problemas ou não?
As escolhas de hardware da HTC para seu U Ultra revelam um aparelho que, ao mesmo tempo que tem um grande potencial de desempenho, também apresenta alguns pontos um pouco polêmicos. O primeiro deles é a bateria de tamanho reduzido, com apenas 3.000 mAh, um valor que pode se revelar pequeno demais para alimentar duas telas – uma delas rodando em Quad HD – e todo o poder do processador da Qualcomm. Será que os donos do gadget precisarão andar sempre com um powerbank a tiracolo ou viver grudados a uma tomada?
O segundo é um que, infelizmente, para muitos usuários mais puristas, pode estar se tornando uma tendência no segmento mobile: a exclusão completa de uma entrada para fones de ouvido. Sim, assim como nos novos iPhones e no badalado Moto Z, o flagship da fabricante taiwanesa aboliu o plug de 3,5 mm na expectativa de que os consumidores migrem para soluções USB Tipo-C ou wireless – com conexão Bluetooth.
Nesse caso, a HTC acredita que a troca é, na verdade, um jeito de melhorar a experiência dos mais aficionados por um bom som no celular, apostando forte na conexão digital. Prova disso é que o HTC U Ultra acompanha os fones USonic, um acessório que conta com uma série de tecnologias de áudio para tornar a qualidade de músicas e outras produções musicais ainda mais refinadas.
Curtiu o estilo e os recursos do novo celular da HTC?
Para quem ficou empolgado com o lançamento, saiba que o modelo de 64 GB do smartphone já está à venda em Taiwan através do próprio site da fabricante. O preço? “Apenas” US$ 749 (cerca de R$ 2,4 mil), independentemente da sua escolha de cor do produto – disponível em azul, preto, branco ou rosa. A versão de 128 GB e uma edição especial com vidro de safira só devem sair mais para frente, ainda sem nenhuma expectativa de valor ou data. E aí, já está se planejando para importar um desses?
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