“Consumir menos energia e fazer mais atividades” é basicamente o mantra da indústria de tecnologia atualmente. É possível perceber que chegamos a um grande gargalo tecnológico quando nossos smartphones não conseguem passar de dois dias com uma carga na bateria. É interessante notar que, quando isso acontece, até consideramos tal produto “excelente”. Não que o tais aparelhos sejam necessariamente ruins, mas eles são construídos em um modelo de arquitetura que simplesmente não consegue mais dar conta de suprir nossas necessidades.
Até 2018, entretanto, a HP espera ter a solução para esse problema em mãos e não estamos falando de computação quântica, já que isso é conversa para um futuro ainda mais distante. Mesmo assim, enquanto não chegamos lá, poderemos usar o modelo que a HP chama de “Machine”. Apesar da falta de criatividade no nome, o projeto em si é a melhor concepção de revolução para a computação moderna em décadas.
A arquitetura Machine da HP será baseada na transmissão de dados via fótons, deixando os elétrons gordinhos e lentos de lado. Hoje, praticamente todos os dados são transmitidos via filamentos de cobre e o que passa por fibra ótica é só o maciço. O processamento de dados dentro dos computadores mesmo passa pelo enorme gargalo do cobre.
Usando lasers para a transmissão de dados via fótons, a HP espera melhorar o desempenho do computador moderno em pelo menos seis vezes já na primeira geração dos dispositivos Machine e instantaneamente reduzir o consumo de energia em 80%. Isso mesmo, 80%. Isso só seria possível graças ao aproveitamento eficiente de energia, que, quando é transmitida via cobre e outros metais, apresenta altas taxas de desperdício, fora os coeficientes de resistência dos próprios materiais.
Como os lasers não contam com esse modelo de resistência tradicional que conhecemos, o desperdício seria bem menor, assim com a geração de calor. Portanto, teríamos em mãos um sistema computacional realmente eficiente. Além do sistema de transmissão, a HP também criou módulos de memória seguindo esses conceitos que seriam tão rápidas quanto os módulos RAM que temos hoje e ainda assim conseguiriam manter os dados permanentemente armazenados.
Novas possibilidades
Além da economia de recursos, o novo poder de processamento desses computadores criados na base da arquitetura Machine abriria novas possibilidades que, segundo a HP, nem podemos imaginar atualmente, como a sincronização universal de dados de hospitais, serviços públicos de comunicação, transporte e outros. Isso poderia acontecer porque um servidor Machine teria a capacidade de processar mais de 160 petabytes de dados em cerca de 250 nanosegundos.
A HP ainda faz questão de explicar que essa tecnologia não ficaria apenas nos grandes servidores de serviços de armazenamento e processamento em nuvem, podendo gerar no futuro aparelhos menores e finalmente resultar na criação de novos smartphones e notebooks dessa natureza. Os primeiros protótipos da HP para servidores feitos no sistema Machine, entretanto, devem aparecer em 2015 e aparelhos completamente funcionais estarão prontos em 2018. Até lá, só nos resta esperar e ver até onde a empresa consegue levar essa novidade.