Review: tablet HP 8, o clone do iPad mini que roda Android [vídeo]

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Lançado sem grande alarde, o HP 8 (1401) ocupa um espaço intermediário entre os tablets de 7 e 10 polegadas normalmente encontrados no mercado. Apresentando características de um modelo de entrada, o dispositivo não esconde sua inspiração na Apple — o que já lhe rendeu o apelido de “o iPad mini da HP”.

Mas será que a aposta em um design familiar e em uma tela de 7,85 polegadas é suficiente para despertar a atenção (e o dinheiro) do público? A resposta você confere em nossa análise, que explica em detalhes tudo o que você precisa saber sobre o aparelho.

Design

Quem possui experiências anteriores com qualquer tablet disponível no mercado sabe o que esperar do HP 8, que não apresenta nenhuma revolução em seu design. Talvez o ponto que mais chame a atenção no aparelho é sua semelhança com o iPad Mini, especialmente em seu painel frontal.

O posicionamento das câmeras fotográficas é exatamente igual àquele adotado pela Apple, e até mesmo a tampa traseira em alumínio parece inspirada nas soluções da empresa de Cupertino. A impressão que fica é a de que estamos lidando com um produto que, na tentativa de encontrar um lugar no mercado, adotou um visual considerado bastante familiar com a intenção de chamar a atenção dos consumidores.

Enquanto a câmera fotográfica frontal do aparelho se localiza na parte central de sua área superior, a lente traseira pode ser encontrada no canto superior direito do aparelho. Já as saídas de som estão localizadas no canto inferior do produto em uma área que dificilmente fica bloqueada pelas mãos do usuário.

O que diferencia o HP 8 são seus botões, que se localizam em um ponto intermediário entre a lateral direita e a traseira do dispositivo. Na parte superior do aparelho você encontra uma conexão micro USB para a recarga e conexão com computadores, uma entrada para cartões micro SD e um conector para fones de ouvido.

O dispositivo possui um design de construção sólido, o que resulta em uma boa sensação tátil ao lidar com o dispositivo. Embora o produto seja leve (372 gramas), ele consegue transmitir uma sensação de resistência, mesmo que a maior parte de seu corpo seja construída em plástico.

Tela

Embora o tamanho de 7,85 polegadas do HP 8 não seja a opção mais comum entre os fabricantes de tablets, ela se mostra um bom ponto intermediário entre os aparelhos com displays de 7 e 10 polegadas. A resolução de 1024x768 pixels se mostra adequada ao produto, ainda que uma observação mais atenta possa revelar alguns elementos com bordas pixelizadas.

O dispositivo apresenta um controle de brilho satisfatório, capaz de mostrar elementos de forma clara mesmo em níveis de iluminação considerados medianos. O ângulo de visualização da tela se provou bastante agradável, assim como sua reflexibilidade — mesmo que o tablet esteja exposto diretamente a uma fonte de luz, não há dificuldades em trabalhar com ele.

Interface e aplicativos HP

Ao optar por trabalhar com a versão pura do Android, a HP oferece em seu tablet um sistema fluido e que não sofre com mudanças de desempenho causadas por uma interface personalizada. Por outro lado, isso resulta em um produto sem recursos visuais únicos que vai obrigar você a configurar manualmente os atalhos e widgets que aparecem em cada uma de suas telas.

O diferencial do dispositivo fica por conta da inclusão de seis aplicativos pré-instalados, três deles desenvolvidos pela própria fabricante. São eles o software de impressão remota HP ePrint, o editor de imagens HP Connected Photo e o gerenciador de arquivos HP File Manager. Além disso, o aparelho já vem com o comunicador Skype, a suíte de aplicativos Kingsoft Office e o aplicativo de armazenamento na nuvem Box.

Em geral, esses programas se mostram bastante úteis, embora nem todos funcionem da maneira esperada. Durante nossos testes, o editor de fotografias da HP se provou instável e parou de funcionar diversas vezes durante o processo de modificação das imagens presentes na memória do tablet.

Desempenho

Durante nossa análise, o HP 8 mostrou um desempenho competente, ainda mais quando se leva em consideração que ele se trata de um modelo de entrada. Embora a transição entre telas “engasgue” de vez em quando, em geral o processo de uso do aparelho se mostrou rápido e responsivo.

Embora seja voltado mais para a navegação pela internet e tarefas simples do que para games, o dispositivo se mostrou eficiente nesse sentido. Títulos como Thor: O Mundo Sombrio, Dead Trigger 2 e Real Racing 3 puderam ser executados com normalidade, ainda que o tempo de carregamento tenha se mostrado um pouco lento — em comparação, títulos como Asphault 8 apresentaram certa lentidão, permanecendo jogáveis.

HP 8 e iPad mini

O gadget conta com um processador quad-core Cortex A7 que, embora longe de ser a melhor opção da categoria, se comporta bem na maioria das situações. O único problema notável do dispositivo é o fato de ele demorar a carregar alguns conteúdos, algo que pode ser atribuído à sua quantidade limitada de memória RAM (somente 1 GB).

Mesmo com um hardware mais fraco do que alguns tablets de entrada com tela de 7 polegadas, o HP 8 não vai deixá-lo na mão durante a realização de tarefas cotidianas.

Câmera

Embora câmeras fotográficas não sejam consideradas pontos importantes em um tablet, as lentes relativamente fracas incluídas pela HP desempenham bem seu papel, levando em consideração suas limitações. Longe de conseguir capturar imagens com qualidade profissional, o dispositivo se mostra suficiente para registrar fotografias em ambientes bem iluminados — contanto que seu objetivo seja compartilhá-las em redes sociais ou exibi-las diretamente na tela do tablet.

Da mesma forma, a câmera frontal do dispositivo se mostra adequada à realização de videochamadas, apresentando um sistema de foco que captura bem os detalhes do rosto do usuário. Em ambos os casos, as ferramentas de configuração disponibilizadas pela fabricante se atêm a ajustes relacionados à iluminação ambiente.

Acessórios

Junto ao HP 8, recebemos a capa de proteção oficial do produto (vendida à parte), cujo maior propósito foi deixar mais clara a impressão de que estávamos lidando com o “iPad mini da HP”. O acessório é bastante semelhante à Smart Case da Apple, incluindo o acabamento em poliuretano e a proteção que se curva para servir como um apoio ao tablet.

Apesar de proteger relativamente bem o dispositivo, o case apresenta mais problemas do que qualidades. Além de dificultar o acesso aos botões de controle lateral, o produto não consegue se fixar à tela do produto. No caso, o problema fica por conta do tablet: embora o acessório disponha de um fecho magnético, o gadget simplesmente não tira proveito dessa característica.

Assim, você continuará dependendo do botão de ligar/desligar para encerrar ou reiniciar as atividades do gadget — para completar, a proteção do display dificilmente fica parada em seu lugar, o que não contribui muito para manter o HP 8 em segurança.

Testes de desempenho

AnTuTu Benchmark 4

Um dos softwares de benchmark mais conceituados do mercado, o AnTuTu realiza testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados automaticamente pelo aplicativo e resultam em uma pontuação final — quanto maior o número obtido, melhor o desempenho do aparelho.

GFX Benchmark

Voltado a mensurar a qualidade gráfica, o GFX Benchmark analisa itens como estabilidade de desempenho, renderização e consumo de energia. Os resultados são computados em média de quadros por segundo (fps) e, quanto maior a pontuação obtida, melhor é o desempenho do produto analisado — no caso, usamos o teste T-Rex HD (Onscreen) como base para os testes.

3D Mark

Focado em testar o desempenho de um aparelho com elementos tridimensionais, o 3D Mark é um dos softwares mais conceituados de sua área. O teste Ice Storm Unlimited faz comparações diretas entre processadores e GPUs, levando em consideração fatores como a resolução de tela na hora de definir seus resultados. Quanto maior a pontuação obtida, maior será o desempenho geral do gadget testado.

Bateria

A bateria de 3.800 mAh do HP 8 se mostra suficiente para um dia de uso, contanto que você não aposte na realização de tarefas consideradas pesadas. Durante nossos testes, o dispositivo conseguiu reproduzir sem problemas 5,5 horas de vídeos hospedados na internet com o brilho da tela ajustado em um valor intermediário — quantia de tempo inferior às 7 horas prometidas pela fabricante.

No entanto, o dispositivo se mostrou pouco adequado a longas horas de jogatina desconectado da tomada. Após pouco mais de meia hora jogando Real Racing 3, quase 50% da bateria do aparelho foi consumida, prova de que o aparelho possui alguns problemas de gerenciamento de energia quando exigimos o máximo de seu hardware.

Apesar disso, na prática o HP 8 se mostra um aparelho bem adaptado à navegação pela internet e ao acesso a redes sociais. No entanto, se você é um fã de jogos eletrônicos, recomendamos sempre levar junto de si o carregador do aparelho quando decidir sair de casa.

Vale a pena?

Antes de darmos o veredito sobre o HP 8, é preciso considerar que o dispositivo possui um posicionamento no mercado brasileiro diferente daquele visto no exterior. Enquanto lá fora o produto é considerado um simples modelo de entrada, sendo vendido pelo preço sugerido de US$ 169,99, por aqui o aparelho já possui um valor de venda mais adequado a modelos intermediários, sendo encontrado por R$ 799 na loja oficial da fabricante.

Como é impossível não associar o preço do aparelho ao que ele tem a oferecer em matéria de hardware e conteúdos, é difícil não estabelecer comparação direta com outros aparelhos vendidos por valores semelhantes, como o ASUS Fonepad 7, Gradiente Tegra 7 e o LG G Pad — apesar de apresentarem telas com dimensões menores, esses aparelhos possuem um desempenho melhor do que o visto no produto da HP.

Isso não significa que o HP 8 seja um produto ruim, longe disso. Mesmo sem apresentar um hardware top de linha, o dispositivo é ótimo para a realização de tarefas cotidianas e consegue rodar com competência muitos jogos relativamente pesados. A única reclamação real que temos em relação ao produto é a duração de sua bateria, que se mostra pouco resistente ao uso de aplicativos que exigem uma quantidade maior de processamento.

Em resumo, o dispositivo da HP sofre mais pelo seu mau posicionamento no mercado do que por defeitos em sua fabricação. Caso a fabricante adotasse no Brasil uma postura semelhante à apresentada nos Estados Unidos, o dispositivo poderia ser considerado um ótimo modelo de entrada. No entanto, levando em consideração o mercado nacional, é difícil recomendar investir R$ 800 no aparelho, especialmente quando se leva em consideração as características dos concorrentes quem possuem preço semelhante.

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