As mídias de armazenamento já têm seus 50 anos de história. E o princípio “mais capacidade de hospedagem em cada vez menos espaço físico” é certamente um dos principais traços da evolução de cartões de memória, pendrives e HDs. Fato é que cientistas do Instituto Federal Suíço de Tecnologia dizem ter descoberto um método capaz de concentrar em somente 4 gramas de DNA todo o conhecimento já produzido pela humanidade (que soma 1,8 zettabytes).
Investigações acerca das capacidades de armazenamento em forma de DNA têm sido feitas por pesquisadores do mundo todo – em 2012, a Universidade de Harvard converteu um livro com 53 mil palavras e 11 imagens em um aplicativo javascript de 5,37 Mb (saiba mais aqui). Acontece que, de acordo com a recente pesquisa, um grama de DNA pode armazenar até 455 exabytes de dados (em um exabyte existem cerca de um bilhão de gigabytes; um zettabyte corresponde a mil exabytes).
DNA como "fósseis"
O processo de codificação foi feito da forma “tradicional”: os pares das moléculas que formam o DNA são ainda programados em linguagem binária. Há três anos, vale lembrar, os cientistas de Harvard utilizaram o mesmo método para a gravação de informações. Mas a latência do ambiente (como variação de temparaturas) é capaz de condenar a recuperação dos dados. Como, então, evitar a degradação das moléculas? Para os estudiosos suíços, basta tratar as cadeias de DNA como “fósseis”.
Envolto por uma cápsula feita de sílica, a amostra de DNA acabou por apresentar estrutura semelhante à dos fósseis. O resultado foi o armazenamento de informações por duas semanas a uma temperatura de 60º – se os dados fossem guardados em um ambiente com temperatura negativa, as cadeias de DNA poderiam durar até milhões de anos. O método para a gravação de linguagem binária em moléculas de ácido ainda é caro (uma amostra com 83 kilobytes custou US$ 1.500 ao laboratório suíço).