Desde que foi descoberto por Andre Geim e Konstantin Novoselov, o grafeno vem atraindo atenções. Formado por ligas planas de carbono, o material que rendeu o prêmio Nobel aos dois cientistas gera altas expectativas. São muitas as possíveis aplicações, mas, atualmente, o seu custo é proibitivo: são cerca de mil euros por um pedaço do material.
Agora, um estudo conduzido por Shou-En Zhu, candidato a PhD, pode reduzir drasticamente o preço do grafeno. "Nós esperamos reduzir o preço por um fator de mil e fazê-lo custar cerca de 1 euro o pedaço em alguns anos", escreve o cientista em sua tese.
Embora vários métodos tenham sido testados para obter o grafeno, o jeito original, criado por Geim e Novoselov, ainda é o que permite a confecção que menos produz falhas. Chamada de esfoliação, a técnica é incrivelmente simples: pintar uma área com lápis e ir retirando as camadas de grafite com fita adesiva até que sobre apenas uma espessura de carbono.
Novo método
No método de Zhu, ele usa uma mistura de baixa pressão de hidrogênio, metano e argônio sobre uma folha de cobre a mil graus Celsius. O metal age como um catalisador para retirar o hidrogênio do metano e o que fica é uma fina camada de carbono. Sua técnica permite produzir o grafeno em apenas uma hora, quando métodos semelhantes podem levar até 10 horas.
O grafeno é leve, fino (tem a espessura de um átomo de carbono), resistente (100 vezes mais que o aço) e conduz eletricidade e calor com muita eficiência. Seu uso está sendo estudado em vários ramos do conhecimento, da medicina à eletrônica. Entre outras utilidades, pode ser usado para baterias que carregam até mil vezes mais rápido que os modelos atuais e para substituir o silício, aumentando a eficiência em 100 vezes.