A gigante da tecnologia Google pode passar por uma dor de cabeça nos próximos meses: oficiais de investigação antitruste do governo americano do Departamento de Justiça e da Federal Trade Commission (FTC, Comissão Federal de Comércio, em português) estão de olho na empresa de Larry Page e Sergey Brin por supostamente gerarem um monopólio em torno de seu superpopular sistema operacional, o Android.
A ferramenta de procura daria preferências e vantagens para usuários de dispositivos com Android
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Tudo foi desencadeado por denúncias anônimas feitas pelos concorrentes da Google. Segundo eles, as atividades da empresa poderiam ser configuradas como um monopólio, visto que a ferramenta de procura – a mais popular e utilizada no mundo – daria preferências e vantagens para usuários de dispositivos com Android. Isso limitaria o acesso a certas informações e recursos para pessoas que utilizam os sistemas operacionais rivais – o iOS da Apple, o Windows Phone da Microsoft e o BlackBerry 10, o SO da BlackBerry, a princípio.
Problemas do outro lado do Atlântico
Enquanto isso, o tempo também fechou para a Google na União Europeia, onde a empresa passa por uma investigação a respeito também do sistema de procura da marca e da agregação de aplicativos como o Gmail, o Chrome e o Google Play, o que pode, da mesma forma, se encaixar em alguma forma de monopólio.
Nos Estados Unidos, pode-se considerar a concorrência entre Google e Apple bastante “saudável”, com 59% do mercado utilizando o Android e 38% usando o iOS
Essas acusações, no entanto, podem chegar a um beco sem saída. Além de a Google não fabricar smartphones por conta própria, ela não obriga nenhuma empresa a utilizar seu sistema operacional – todas o fazem por conta própria, independentemente do motivo. O Android surgiu como uma alternativa ao iOS presente nos iPhones da Apple, sendo um SO de código aberto que, inclusive, é utilizado em versões amplamente modificadas sem nenhum controle da empresa de Larry Page e Sergey Brin, especialmente por companhias chinesas.
Nos Estados Unidos, pode-se considerar a concorrência entre Google e Apple bastante “saudável”, com 59% do mercado utilizando o Android e 38% usando o iOS. Levando em conta a rivalidade equilibrada e os outros 3% restantes divididos entre outras empresas, os números estão muito distantes de poderem ser considerados um monopólio ou um caso de truste.
Monopólio, truste ou falta de boa concorrência?
Muitos outros fatores podem ser levados em conta nessa investigação, é claro, como a pouca concorrência da Google Play Store, realizada apenas pela App Store da Apple, mas ainda assim cada uma delas tem seu mercado direcionado e fornece os aplicativos específicos para cada sistema operacional.
Pode ser que essa questão ainda vá longe, assim como o problema infinito que a Google enfrenta na Europa por figurar como a única ferramenta de busca (satisfatória, pelo menos) da internet. De qualquer forma, não é a primeira vez que a empresa precisa enfrentar esse tipo de acusação por parte dos concorrentes. Apenas o tempo dirá qual será o rumo da Gigante das Buscas, com ou sem rivalidades à altura.
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