Durante seus quase vinte anos de existência, a Google passou por inúmeras mudanças drásticas. Tudo começou com o buscador Google, que era um único produto, focado, desenvolvido e inovador.
De lá para cá, o nome deixou de ser apenas referencial para o buscador, passando a ter importância no âmbito geral da internet. Hoje, a Google é a terceira marca mais valiosa do mundo, graças primeiramente aos seus esforços na web.
Nos últimos anos, a companhia deu passos largos em direção ao futuro, levando o consumidor a usar seus produtos — cada vez mais inovadores — e a gostar da marca. Ela tem muitas submarcas que, em muitos casos, são dominantes em seus respectivos segmentos.
Pensando apenas na internet, podemos perceber que a Google domina em vários setores. Só para citar alguns: buscador (Google Busca), provedor de vídeos (YouTube), mapas (Google Maps), email (Gmail) e navegador (Google Chrome).
Acontece que a Google não quer ficar só na rede virtual. Já faz tempo que ela vem mostrando seu interesse em novos e promissores mercados. Geralmente, em vez de começar o desenvolvimento de ideias do zero, a companhia engole empresas menores, dando apenas continuidade aos projetos e incrementando ideias a partir de seu portfolio.
O resultado tem sido promissor, contudo, a Google ficou grande demais e parece que manter seu nome acaba sendo muito arriscado do ponto de vista mercadológico. Muitos consumidores ainda associam o nome apenas ao buscador, outros tantos só sabem que ela é dona do Android e de mais alguns apps. Só que a coisa é muito maior.
Foi pensando nisso tudo que a Google resolveu dar uma reestruturada em seu quadro de funcionamento. Agora, a dona da Google é a Alphabet. Parece confuso? Bom, não é tão complicado assim. Nós vamos explicar em detalhes como fica a nova empresa e, no fim, você vai entender que nada mudará para nós, os meros mortais.
Uma empresa chamada Alphabet comprou a Google?
Calma, nenhuma empresa comprou a Google — até porque nenhuma teria tanto dinheiro para isso. Na verdade, a Google apenas criou o nome Alphabet para conseguir abranger todos os mercados em que vem participando.
Dessa forma, a Alphabet passa a ser uma holding, ou seja, uma empresa que incorpora outras menores, tendo a maior parte das ações dessas subsidiárias e centralizando o controle sobre elas. No caso, as empresas menores serão a Calico, a Capital, a Fiber, a Google Inc. — já vamos explicar melhor isso —, a Hooli (empresa fictícia da série da HBO, que faz referência à Google), a Life Sciences, a Nest, a Ventures e a X lab.
Antes, a Google Inc. era a responsável por todas essas marcas, mas as confusões entre o mercado limitado da Google e as novas áreas abraçadas por ela acabaram resultando nesta mudança de nome e funções. Agora, a Alphabet passa a ser a controladora, enquanto que a Google Inc. vira apenas uma das empresas menores.
Para dar continuidade ao bom trabalho que já vem sendo executado na companhia, Larry Page, o CEO da antiga Google, assume a posição de CEO da Alphabet. Sergey Brin passa a ser o presidente da Alphabet, tendo mais participação nas decisões e acompanhando de perto o trabalho de todas as marcas que ficam sob o guarda-chuva da Alphabet.
Quer saber o porquê do nome? Segundo o próprio Larry Page, este foi escolhido justamente por representar um conjunto de letras que formam a linguagem — uma das mais importantes inovações do homem, sendo também o núcleo da forma como opera o buscador da Google.
Além disso, se você notou na lista acima, a Alphabet detém o controle sobre empresas que têm nomes iniciados com diferentes letras do alfabeto. Ainda há várias letras disponíveis, o que indica o espaço para crescimento. Outra coisa que dá pra notar é que há duas empresas com a letra C no grupo, então pode ser que uma acabe mudando de nome.
Quais são os objetivos da Alphabet?
Bom, agora que já sabemos o porquê da mudança no nome, é preciso compreender quais são os objetivos por trás desta manobra. Afinal, a ideia é apenas mudar de nome e reestrutura ou vai ter alguma diferença para o mercado?
Segundo a postagem oficial no blog oficial da Google, a Alphabet vem para fazer coisas mais ambiciosas, focar nos objetivos de longo prazo, ajudar grandes empresários e companhias a florescer, investir na escala de oportunidades e recursos tal qual a Google sempre enxergou, melhorar a transparência das ações realizadas, tornar o Google ainda melhor com um foco mais específico e, como resultado de tudo isso, tornar a vida das pessoas o melhor possível.
As respostas ainda são bem vagas e pouco práticas, mas, ao que tudo indica, a Alphabet vai focar muito mais nos demais produtos que anteriormente não tinham a atenção merecida — devido ao excesso de esforço em serviços da Google que já fazem sucesso. Basicamente, a nova companhia vem para ganhar ainda mais espaço no mercado e a atenção do consumidor.
E no que diz respeito aos investimentos, a mudança é benéfica, já que os investidores podem apostar com mais clareza em determinados projetos, sem ter o medo de que a Google possa interferir. Pode ser uma mudança sutil, mas faz toda a diferença para o mercado corporativo, já que outros projetos de alto valor não têm qualquer link com o Android ou serviços que geralmente não tem qualquer relação.
E o que acontece com a Google?
A Google continua sendo Google. A verdade é que, apesar de todas as empresas menores da Google atenderem aos comandos do antigo CEO, elas não necessariamente compactuava com os objetivos principais da Google — que pretendia ser uma empresa de internet e mobile.
Com a nova reestruturação, a Google Inc. fica responsável pelos seguintes produtos: AdMob, AdSense, AdWords, Analytics, Android, Blogger, Buscador, Chrome, Drive (e respectivos subprodutos), Earth, Fotos, Gmail, Google+, Keep, Mapas, Picasa, Play, Play Música, Tradutor e YouTube. Isso só para citar alguns, pois a lista é ainda maior!
Vendo essa enorme lista de serviços que usamos diariamente, dá para entender facilmente como o surgimento da Alphabet faz muito sentido. Não tem como uma empresa cuidar de tantos subprodutos focados em um único segmento e, ao mesmo tempo, cuidar de projetos espaciais, pesquisas biológicas e outros estudos que fogem de sua área de atuação.
Considerando o foco mais preciso da Google, a empresa agora passa a ficar sob a responsabilidade de Sundar Pichai, que antes era o comandante do Android. Segundo Larry Page, os dois já vêm trabalhando em conjunto há um bom tempo, de modo que Pichai tem o potencial necessário para tocar o barco como Page faria — ou até melhor.
O que muda para nós?
Os consumidores da Google não devem sentir grandes diferenças no cotidiano. Conforme comentamos, a Google continua sendo responsável pelos produtos que já usamos hoje e a Alphabet não deve interferir (não de forma tão direta e brusca) no desenvolvimento de serviços e softwares que já estão estabelecidos no mercado.
Ainda que as decisões caibam a Sundar Pichai, o que pode indicar algumas mudanças em um futuro próximo, podemos esperar uma forma de atuação semelhante a atual, já que ele já vinha tocando alguns projetos.
Entretanto, quanto aos produtos e inovações das demais subsidiárias da Alphabet, você pode aguardar por grandes produtos chegando ao mercado — e notícias sobre aquisições que vão deixar o portfolio da companhia ainda mais diversificado. O futuro é promissor, e para todos!
Fontes
Categorias