Lançando mais um ataque contra governos que tentam regular o uso da internet – e, acima de tudo, normatizar o modelo econômico de entrega e arrecadação de anúncios em conteúdo –, o Google inicou o projeto Take Action (Tome uma Atitude). Por meio de uma página especial, a empresa fala brevemente aos usuários sobre o UIT (União Internacional de Telecomunicações) e iniciou um abaixo-assinado global.
A cúpula reunirá apenas líderes governamentais e inclui, entre os participantes, delegados de países da Ásia e do Oriente Médio que notoriamente praticam censura na rede. É justamente nesse ponto que está o maior foco do Google, que alega que a ausência de empresas e pessoas que pensam a internet resultará em um aumento no controle da web.
As propostas do UIT são confidenciais, bem como qualquer tratado a ser assinado por lá. Os efeitos, porém, deverão ser sentidos a partir do ano que vem, quando cada país participante começará a agir de acordo com o que for combinado na cúpula. Entre as ideias que o Google alega que podem surgir na reunião, estão o direito de corte no acesso à internet ou impostos para que serviços como YouTube, Skype e Facebook operem em determinadas nações.
Escopo
Marcada para esta semana, a Conferência Mundial sobre Telecomunicações Internacionais (WCIT, na sigla em inglês) reunirá líderes de 193 países para discutir diversos assuntos relacionados à internet. Estão na pauta desde formas de tornar a rede mais acessível a idosos e deficientes até regulações quanto à exibição de anúncios e obtenção de renda por meio da rede.
Essa não é a primeira vez que o Google se posiciona contra projetos desse tipo. No mês passado, a companhia já havia lançado uma campanha contra o governo alemão, que pretende modificar a lei de direitos autorais para que a empresa tenha de pagar pelos trechos de conteúdo jornalístico exibido em seu índice de buscas.
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