Um gerente de produto da Google está processando a empresa por suas políticas de confidencialidade e por um suposto “programa de espionagem” em ambiente de trabalho. Segundo a publicação The Information, o funcionário abriu um processo contra a companhia pois suas políticas de confidencialidade infringiriam as leis trabalhistas do estado da Califórnia.
Entre as principais acusações, estaria uma de que a Google estimula seus funcionários a “espionarem” uns aos outros caso suspeitem que estejam vazando informações sigilosas da empresa, especialmente para a imprensa.
A companhia também proíbe os colaboradores de escreverem ou falarem sobre atividades potencialmente ilegais dentro da empresa – inclusive para seus próprios advogados – e, mais especificamente, os trabalhadores não podem “escrever um livro sobre alguém que trabalha em uma companhia de tecnologia no Vale do Silício” (o que nos traz à mente imediatamente a obra de ficção “The Circle”, de Dave Eggers, transformada em filme que estreia em abril de 2017).
Liberdade zero
O funcionário, que não foi identificado, afirma que essas e outras regras impostas pela Google ferem as leis trabalhistas, tirando a liberdade dos colaboradores e interferindo intimamente em suas vidas pessoais.
Há possibilidade de a multa dobrar caso as violações continuem acontecendo, chegando a uma soma máxima de US$ 3,8 bilhões
Uma cópia do processo obtida pelo The Verge apresenta o texto completo (em inglês) da reclamação judicial, que começa assim: “O lema da Google é ‘não seja mau’. Os acordos de confidencialidade, políticas e práticas ilegais da Google não passam nesse teste”. O processo também alega que a Google “suprime informações” sobre produtos potencialmente ilegais e classifica “tudo no Google” como confidencial em seu código de conduta.
Caso a empresa seja condenada, deve ser obrigada pela Justiça a pagar uma multa de até US$ 100 por cada uma das 12 possíveis violações de leis trabalhistas que o processo menciona. Tudo isso é multiplicado pelos mais de 61 mil funcionários. Há possibilidade de a multa dobrar caso as violações continuem acontecendo, chegando a uma soma máxima de US$ 3,8 bilhões, aproximadamente R$ 12,6 bilhões.
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