Basta passear um pouco pela web para perceber que, na maioria dos sites, os banners assumem o papel de principal fonte de renda – dando dinheiro para que tudo se mantenha funcionando. Assim, não é de se estranhar que a Google, uma das empresas que mais lucram com a veiculação de anúncios, tenha uma relação de amor e ódio com os adblockers. A última vítima da Gigante das Buscas foi o Adblock Fast, um app para Android feito com apoio da Samsung que foi retirado rapidamente da Google Play.
Embora a companhia liderada por Sundar Pichai não seja grande fã das extensões que bloqueiam o seu ganha-pão, é inegável que muitos de seus usuários utilizam o recurso diariamente para navegar com mais tranquilidade – e menos poluição visual. Desse modo, não parece ter sido apenas a mentalidade de manter os lucros que fez com que a marca bloqueasse o aplicativo feito com o aval da sul-coreana em sua loja mobile. Quer dizer, pelo menos há uma desculpa para que a ação tenha sido tomada.
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A história começou com uma atualização da Samsung, na semana passada, que introduziu uma nova API de bloqueio de anúncios em seu browser para Android. Com base nisso, o Adblock Fast seria o primeiro app a se aproveitar da funcionalidade e um parceiro nesse tipo de iniciativa. O produto fez um sucesso considerável, conseguindo cerca de 50 mil downloads em poucos dias, até ser limado completamente da Google Play – para desespero de sua desenvolvedora, a Rocketship Apps.
Novela confusa
Um email da dona da loja de aplicativos explicou que uma análise minuciosa do software revelou que o adblocker violava uma seção específica das regras da casa – a de número 4.4. O parágrafo do acordo legal diz que os itens publicados na plataforma não podem interferir com outros programas instalados no dispositivo ou afetar a experiência de navegação do usuário. Como a criação da Rocketship depende do navegador da Samsung e modifica os sites ao remover seus banners, o app – tecnicamente – pode se encaixar na punição.
Ironicamente, a mesma desculpa foi usada, há algum tempo, para remover o badalado Adblock Plus do sistema móvel. O mais intrigante é que esse software já retornou à Google Play, tem uma extensão que utiliza a API da empresa sul-coreana e, sim, continua no ar. Como há a possibilidade de que o Adblock Fast tenha sido vetado por um “erro” da análise, vai ser preciso aguardar para ver se ele volta a ficar disponível depois de uma apelação da desenvolvedora.
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Fontes