Enxergar por trás de paredes é algo complicado, mas não impossível. Um jogo de câmeras, espelhos bem colocados ou aparelhos de raio-X é capaz de fazer com que as imagens sejam vistas nessas situações. E quando não existe nenhuma dessas tecnologias disponível, será que há algo que possa substituir os materiais?
Um novo sistema está sendo desenvolvido no Reino Unido por pesquisadores de duas universidades (Heriot-Watt University e University of Edinburgh) para permitir que isso seja realizado com a utilização de novos equipamentos. Para isso, estão criando uma câmera laser que promete trazer um novo conceito para os dispositivos de visão periscópica.
Como funciona?
O projeto foi publicado na revista Nature e funciona de um modo bem complexo. Um laser é emitido por um dispositivo e a energia é refletida pelos elementos que estiverem no ambiente. Triangulando o tempo do reflexo e a quantidade de interferência, um computador consegue fazer o cálculo para saber a que distância o objeto está e qual é o tamanho dele, por exemplo.
O sistema não permite que os objetos sejam vistos "opticamente", mas a detecção é bem importante para sistemas de segurança e operações policiais, por exemplo. Com um sistema de "espelho virtual", podem ser detectados bandidos, pacotes suspeitos e até mesmo drones que estejam ameaçando um local específico.
Todo o sistema é dependente de paredes e também do chão. O pulso laser percorre esses ambientes e retorna como se estivesse batendo em um "espelho virtual" — algo bem similar ao que ocorre com radares, mas com distâncias bem menores.
Os novos desafios
Agora, os pesquisadores estão enfrentando alguns desafios bem importantes. O sistema britânico ainda precisa de ajustes de precisão, uma vez que a medição deve ser precisa em cerca de 500 bilionésimos de segundo. Outro ponto importante está na detecção do laser, que ainda possui uma capacidade de captação muito baixa.
Outro problema está na incapacidade que os sensores possuem para diferenciar os objetos refletidos. Até o momento, qualquer elemento que esteja nos locais é interpretado e isso significa que não são apenas os itens desejados que retornam os sinais até o equipamento.
Por fim, os aparelhos ainda não estão prontos para calcular localizações com exatidão. Por causa do atraso nas transmissões, ainda existem diferenças de alguns centímetros entre o local correto e a indicação dos computadores. Mesmo assim, vale dizer que estamos diante de uma tecnologia de alto nível e que pode ser modificada em breve para garantir melhores resultados no futuro.
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