Os motores de busca tradicionais, como os utilizados pela Google e a Microsoft (como o Bing) utilizam links para classificar, organizar e conectar todas as páginas existentes na internet. O motor de pesquisa desenvolvido pela empresa Recorded Future não analisa os links, e sim o conteúdo das páginas de forma a procurar conexões não visíveis entre pessoas, lugares e acontecimentos, com descrições disponíveis online.
Para Christopher Ahlberg, fundador da Recorded Future, sediada em Boston, isso torna possível “procurar padrões específicos, como um produto da Apple esperado para um futuro próximo, ou identificar quando uma empresa está planejando investir ou expandir na Índia”.
Fonte: Recorded Future
Para se ter ideia do poder da ferramenta, o criador já diz ser possível prever quando o Facebook fará sua oferta pública nos próximos anos.
O sistema faz busca em praticamente tudo disponível online. Desde atualizações de perfis no Twitter, passando por notícias em veículos de comunicação (tanto os mais reconhecidos quanto os mais obscuros) e até mesmo transcrições de discursos políticos, econômicos e chamadas de serviços de emergência.
Confira no video abaixo uma demonstração da Recorded Future e sua nova ferramenta (ainda não finalizada):
Segundo Panagiotis Ipeirotis, da escola de negócios Leonard Stern da Universidade de Nova Iorque, “várias ferramentas são capazes de extrair informações sobre pessoas, companhias e eventos disponíveis online, mas alinhá-las é uma tarefa muito mais complexa”. Para Ipeirotis, que estuda como informações importantes relacionadas a economia podem ser encontradas em mídias sociais e fontes de notícias, a “análise das sequências de eventos é muito interessante, e pouco estudada pela literatura atual. Até mesmo ordenar informações de qualidade para criar sequências compreensíveis é um problema bastante grande para as empresas”.
E os interesses destas empresas são os mais variados. Governos e agências de espionagem estão interessados em rastreamento de pessoal e manobras políticas ou militares. Investidores estão interessados em descobrir as empresas mais propícias a terem um desenvolvimento lucrativo, e as pessoas normais estão interessadas em brincar de Nostradamus. Aliás, se Nostradamus conhecesse o Google, provavelmente este seria o resultado.
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