Proporcionar maneiras simples, rápidas e intuitivas de se interagir com a tecnologia sempre foi considerado um dos grandes desafios da indústria. Afinal, pessoas são seres complexos que agem de forma dinâmica e criativa, demandando que os sistemas à sua volta proporcionem o mesmo tipo de flexibilidade ao tratar de situações imprevistas.
Por esses motivos, no ápice da interação homem/máquina está a realidade virtual, que promete nos permitir trabalhar com informações e ferramentas da maneira mais similar possível à que fazemos no mundo real. Apesar de já estar presente em vários campos, sistemas de RV ainda são escassos no nosso dia a dia. Mas isso pode mudar em breve.
Virtual Boy, o game de realidade virtual que não deu muito certo (Fonte da imagem: TechCult)
Continue acompanhando este artigo do Tecmundo e descubra algumas das tecnologias mais promissoras para um futuro próximo — ou não tão próximo assim.
Simuladores para treinamentos
Este é o campo que, provavelmente, mais tem usado sistemas de realidade virtual. Simuladores de pilotagem estão entre os mais populares, mas não são os únicos: procedimentos médicos, direção no trânsito e até técnicas de soldagem também são campos em que a realidade virtual tem sido aplicada.
Uma das aplicações mais interessantes são as simulações de combate desempenhadas por militares. Sistemas como o do Exército dos Estados Unidos (vídeo abaixo) permitem que vários soldados simulem invasões em espaços hostis, sendo que todos os combatentes usam capacetes de realidade virtual e têm suas posições rastreadas por câmeras nas paredes.
Com isso, é possível realizar simulações em vários cenários virtuais diferentes dentro do mesmo espaço físico, além de se poder ter debriefings precisos sobre como a ação foi desempenhada e o que deve ser corrigido para melhorar a atuação nas próximas vezes.
Video Games
Apesar de jogos como World of Warcraft e Second Life já serem considerados uma espécie de realidade virtual, games que substituem a sua visão normal por um mundo totalmente novo ainda são bastante raros. Projetos como o Virtual Boy Advance, da Nintendo, até tentaram adentrar nesse ramo no passado, sem obter muito sucesso. Mas isso pode mudar em breve.
Projetos como o Ultimate FPS Simulator mostram que a tecnologia dos games atuais pode ser misturada a componentes como rastreadores de movimentos e até esteiras para criar ambientes virtuais bem próximos à realidade. Como dor também é um fator importante para passar a sensação de perigo, marcadores de paintball nos arredores não hesitam em atirar no local certo do corpo sempre que você levar um tiro no jogo.
Ainda assim, o caminho para que recursos desse porte estejam disponíveis para todos ainda é longo, considerando o preço e o tamanho de toda essa infraestrutura. Alternativas mais simples, como os jogos de realidade aumentada do PlayStation Move, podem quebrar um galho enquanto simuladores completos iguais aos do filme Matrix não ficam disponíveis.
Oculos Rift (Fonte da imagem: Divulgação/KickStarter)
O cocriador do saudoso Doom, John Carmack, também mostrou o seu próprio “capacete” para realidade virtual na última E3. Trata-se do Oculos Rift, uma espécie de versão melhorada do Virtual Boy em que pequenos displays mostram imagens diferentes em cada olho, passando a ilusão de 3D. O projeto já recebeu os fundos necessários pelo Kickstarter e está planejado para ser lançado no ano que vem.
Holodeck
Quem já assistiu ao clássico “Jornada nas Estrelas” deve lembrar bem dos holodecks, salas dentro das naves espaciais que se transformam em simuladores de realidade aumentada e até em “telefones” tridimensionais, através dos quais as pessoas são reproduzidas na sala com a ajuda de hologramas.
Diferente do que você imaginava, esse tipo de tecnologia já está em desenvolvimento e até rendeu alguns projetos reais, como é o caso do Google Holodeck. Enquanto a tecnologia dos hologramas não chega ao mesmo nível visto nos filmes, a gigante de Montain View criou uma pequena sala cheia de monitores que permite que o visitante explore as ruas do Street View com uma visão panorâmica tridimensional.
Janela mágica
A Microsoft também não fica para trás e já tem projetos no forno que prometem revolucionar a forma como nós interagimos com quem está longe. O conceito, que leva o nome de Magic Window, usa os sensores do Kinect e monitores para criar uma espécie de janela em que as pessoas dos dois lados podem interagir com a interface como se estivessem uma de frente para a outra.
A tecnologia tira proveito do Microsoft Surface para que a troca de informações possa ser realizada com toques diretamente na tela. Boa parte da tecnologia necessária para fazer da janela mágica uma realidade já está em desenvolvimento, mas ainda não há uma previsão de quando o Microsoft Magic Windows vai estar disponível.
Tratamentos psicológicos
Enquanto os gamers esperam passar por situações de tensão com a realidade virtual, muitos pacientes de traumas podem ser beneficiados pela mesma tecnologia durante tratamentos médicos.
Projetos em universidades e hospitais ao redor do globo já estudam essa possiblidade, com mundos virtuais que podem ajudar uma pessoa que tem claustrofobia, por exemplo, a conseguir andar de metrô no seu dia a dia.
A ideia é criar o ambiente que a pessoa tem medo de enfrentar e, com a orientação do terapeuta, ajudá-la a superar a ansiedade de que algo ruim possa acontecer. O mesmo pode ser aplicado a pessoas que sofrem de agorafobia, medo de entrar em aviões e até medo de dirigir. O conceito já foi aplicado com sucesso na Universidade Macquarie, na Australia, onde pacientes mostraram uma melhora significativa na superação da sua fobia.
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