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O presidente da entidade máxima do futebol (FIFA), Joseph Blatter, concedeu uma entrevista para o esportivo Lance!, e falou sobre o possível uso de tecnologias durante as partidas de futebol, com o intuito de evitar que erros de arbitragem influenciem diretamente nos resultados dos jogos.
Segundo Blatter, a FIFA pretende aplicar tecnologias para que se tenha certeza de que uma bola cruzou toda a linha do gol, desde que o método sugerido seja eficiente e instantâneo. Mas não está previsto o uso de recursos em outras situações de jogo.
(Maus) Exemplos da Copa
Dois jogos da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, foram o estopim dessa discussão. Em um lance da partida entre Inglaterra e Alemanha, pelas oitavas de final, a bola passou mais de 30 cm da linha do gol e voltou nas mãos do goleiro alemão (imagem no começo do artigo). O gol não foi marcado e o placar final foi de 4 a 1 para os alemães.
No mesmo dia, o atacante argentino Carlos Tévez fez um gol em claro impedimento que não foi anulado. A Argentina venceu por 3 a 1. Esse lance foi especialmente curioso: os telões do estádio exibiram tudo e os mexicanos, desesperados, apontavam para as imagens tentando convencer o árbitro do erro grosseiro. Não adiantou.
A FIFA então passou a ser pressionada, mas sempre mostrou uma posição conservadora quanto ao uso de tecnologias. Pelo menos até agora. Na entrevista ao Lance!, Blatter afirma que a reticência da entidade deve-se à falta de um sistema 100% eficaz e instantâneo. “Entenda, é preciso dar o resultado se foi gol ou não imediatamente, porque o jogo não para. E seria um absurdo parar a partida dez segundos depois. Um outro gol já poderia ter saído.”, afirma.
A FIFA aceita ouvir propostas
Mas mudanças podem acontecer. A FIFA já recebeu propostas de empresas para a implantação de sistemas de conferência. A ideia é encontrar um método eficiente e rápido para aplicá-lo em julho de 2011.
A FIFA se abre mais em relação à tecnologia, mas ainda se mantém um tanto conservadora. A entidade bate o pé quanto a aplicação de recursos somente nesses casos de gol, a fim de confirmar se a bola passou ou não pela linha. E só.
Fonte da imagem: CNN International
Outras modalidades recorrem a imagens para definir lances polêmicos. No hockey, por exemplo, um sensor de impacto fica no gol e dispara uma sirene para confirmar o tento.
No tênis, o jogador pode desafiar uma marcação do juiz e uma tecnologia tridimensional — o Olho de Águia — entra em ação para mostrar se a bola saiu ou não.
O futebol americano da NFL constantemente utiliza câmeras em lances decisivos. Isso, segundo Blatter, não está nem em pauta.
O discurso do presidente da FIFA, pelo menos, continua o mesmo há anos quanto ao uso de câmeras durante a partida: segundo ele, a discussão faz parte do futebol, como ele deixou claro na entrevista concedida: “Se não há discussão sobre decisões da arbitragem, então não é futebol. No futebol, os seres humanos estão jogando e os mesmos seres humanos estão apitando. Todos podem cometer erros.”
Pode-se dizer que torcedores rivais ainda terão muito o que discutir nas segundas-feiras, mas pelo menos, talvez a partir de 2011, eles sempre terão certeza em relação a uma bola que passou ou não a linha do gol.
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