O Google Photos, que é conhecido como o app "Fotos" no Android em português, foi aprimorado e virou um dos destaques da conferência inicial do Google I/O 2015, com direito até a virar tema de um segmento do evento.
Poucas horas depois da apresentação, a atualização para a versão que foi mostrada já estava disponível na Google Play, a 1.0.0.94391081. Quem não tinha o app instalado também já podia baixar ele já com as novidades integradas. Clique aqui para fazer o download.
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O TecMundo fez o download do Fotos e conta abaixo na prática e com comparações se o aplicativo vale a atualização. Um spoiler: ele está bonito, leve, rápido e com um backup realmente impressionante.
Pesquisa visual: assustadoramente preciso
Um dos recursos mais divertidos e úteis do novo Fotos é a pesquisa visual. Ela funciona por reconhecimento de objetos e cataloga por debaixo dos panos e sem necessidade da sua ajuda (nem precisa colocar tags ou descrições, por exemplo) todas as imagens que você salva no backup.
A pesquisa acontece por termos e o melhor jeito de explicar como isso funciona é pelas imagens. Suponha que você tenha tirado uma foto de um calendário e resolva recuperá-la sem navegar pelos álbuns e menus. Basta tocar no ícone de pesquisa (o botão azul com uma lupa que fica visível em todas as telas) e digitar o termo desejado. Assustador, não é?
Nós testamos várias palavras-chave e os resultados se mostraram instáveis. "Boneco" retornou todas as fotos de pelúcias e action figures fotografadas, "estádio" catalogou as arenas de futebol. É possível também fazer a pesquisa pelo dia em que as fotos foram tiradas.
Fotos de pessoas pelo temido reconhecimento facial ainda não são catalogadas no Brasil por nome (o contato é puxado do Google+), mas a função pode chegar em breve. Além disso, algumas palavras em português, entretanto, não funcionaram — para encontrar o brinquedo em forma de porco, foi necessário buscar por "pig".
Muitos termos não foram reconhecidos, mas a impressão é extremamente positiva: os algoritmos de organização e reconhecimento estão realmente potentes e os resultados, embora apresentem falhas, aparecem na maioria das pesquisas. Como a ideia é que eles sejam aprimorados cada vez mais, espere evoluções nas pesquisas já em curto prazo.
Backup automático: rápido e multitelas
Outro recurso bastante divulgado da nova versão do Fotos é o backup. Agora, ele é muito mais do que somente um recurso para que você salve fotos e vídeos guardados. Logo de cara, você pode escolher duas opções: o backup ilimitado (sim, espaço infinito!) ou um plano 10 GB. A diferença? O primeiro faz uma compressão dos retratos, enquanto o outro mantém as fotos da qualidade original.
Você pode alternar entre os dois métodos quando quiser nas configurações e, de acordo com os retratos tirados pelo TecMundo, a Google cumpre a promessa: não há diferenças realmente notáveis à primeira vista nas imagens comprimidas, sendo que até o tamanho do não é tão alterado assim.
Para evitar que fotos do WhatsApp ou capturas de tal poluam a sua pasta de retratos, é possível escolher rapidamente quais pastas farão parte do backup. Esse processo exige somente marcar ou não certas caixas.
A velocidade do backup também é bem satisfatória. Basta tirar a foto em um lugar com WiFi e já conferir o seu armazenamento para ver que a imagem já subiu para a nuvem. O acesso multiplataforma é um grande recurso que casa muito bem com essa agilidade, pois é possível conferir as imagens na tela do PC rapidamente depois do clique. A aba "Google Photos" está acessível a partir do Google Drive.
Por fim, fica a conclusão: e desvincular do Google+ e preferir uma integração com o Drive em si foi uma decisão bastante acertada.
Navegação: tudo rápido, tudo intuitivo
O Fotos é dividido em três telas, cada uma delas com uma função bem diferente. Elas são acessadas da forma mais dinâmica possível, com um deslize para a esquerda ou direita. A primeira é destinada ao backup e as configurações com a nuvem; a segunda é a lista de fotos em si; e a terceira agrupa seus álbuns e coleções.
A navegação na página do meio, a dos retratos em si, merece comentários individuais. O grid de fotos continua bem parecido, sendo possível separar as fotos por dia, mês ou ano. Porém, você pode pinçar a tela em um movimento de zoom in ou zoom out para mexer nessa configuração e exibir mais ou menos retratos de uma vez — até o ponto de só um ser selecionado. Esse recurso deixa tudo mais dinâmico e fluido, dando a impressão de que você está mesmo passeando por um mural altamente personalizável.
O inverso também vale: pinçar em zoom out quando um só retrato está aberto faz você retornar para a página inicial, como se colocasse a foto de volta no lugar. São alterações sutis, mas que fazem muita diferença.
Além de toda a navegação ser muito intuitiva, um tutorial que surge na tela na primeira vez em que você abre o Fotos após a atualização faz um tour bem generoso por todas as novas funções e apresenta muito bem as novidades.
Compartilhamento: muito veloz e muitas opções
Enviar uma quantidade alta de fotos para alguém virou tarefa fácil com a nova versão do app. Basta selecionar uma série de imagens de uma vez e clicar no ícone de compatilhamento para que uma grade imensa de opções de envio surja na tela, de redes sociais, emails e depósitos na nuvem a outros apps que você tenha instalado.
Com um toque na tela, você ainda pode gerar um link que contenha todas as fotos selecionadas — e ele é copiado automaticamente para o seu tablet ou smartphone, bastando colar o endereço onde você quiser.
Criação e edição
O recurso de criação de álbuns, histórias e colagens não está muito diferente. Há uma série de filtros para que você dê uma cara nova aos retratos sem precisar de um app específico para edição. Além de filtros, é possível cortar as imagens, mudar a iluminação e fazer outras modificações básicas.
Há ainda uma função automática de otimização dos retratos. Testamos com várias as fotos tiradas e não concordamos com várias das alterações, que realçam demais algumas cores e criam contrastes na iluminação que são piores do que os existentes no documento natural.
Na galeria abaixo, a foto com mais iluminação é a que foi modificada automaticamente.
Como é possível notar, em alguns momentos ele realmente acerta e pode consertar rapidamente uma imagem fotografada com problemas. Em outros, a edição fica artificial demais e talvez seja melhor não alterar a imagem ou tentar tirar outro retrato.
Pegando emprestado do inimigo
A interface do Fotos do Android não lembra alguma coisa? Sim, não há como não compará-lo com o visualizados de fotos do iOS. Antes que venham as pedras, é preciso esclarecer: o visual básico já era assim antes, mas as alterações causam muito mais coincidências do que de costume.
A disposição do grid de fotos é bastante similar, especialmente na organização por dias. Além disso, a opção de pinçar a foto em zoom out e “devolvê-la” ao álbum é igual ao movimento encontrado no iOS. A tela de opções de compartilhamento lembra um pouco também.
Confira acima uma galeria de imagens que realiza as comparações.
Porém, é preciso notar que o Fotos do Android tem vários novos recursos que aprimoram a interface, como a navegação simples em três abas e a possibilidade de pinçar o grid principal de imagens até chegar em uma só, algo que o iOS não disponibiliza por enquanto.
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A primeira impressão que tivemos do Fotos é extremamente positiva. Os novos recursos do app são mesmo bem aplicados: a pesquisa pode melhorar, mas acerta várias vezes, a navegação melhorou muito e o backup é um recurso que vai economizar muito espaço e guardar nossas memórias virtuais.
É claro que comparações com o iOS são inevitáveis e ainda há muito a ser corrigido até o lançamento do Android M, mas a Google está no caminho certo para conquistar os usuários e fazer com que o Fotos vire o visualizador de imagens padrão de muita gente..