Depois de muito esforço e de quase seis anos de estudos, cientistas apresentaram o que pode ser o primeiro nanogerador comercialmente viável. O anúncio foi feito no 241º Encontro e Exposição Nacional da Sociedade Química Americana (American Chemical Society National Meeting & Exposition), que acontece de 27 a 31 de março na cidade de Anaheim, Califórnia.
O nanogerador é, na verdade, um chip flexível capaz de usar os movimentos corporais para gerar eletricidade. O minúsculo dispositivo pode ser o ponto de partida na criação de aparelhos eletrônicos que dispensam os carregadores convencionais. Segundo o cientista Zhong Lin Wang, o nanogerador pode mudar a vidas dos usuários no futuro. Wang também afirma que a imaginação do ser humano é a única limitação para o dispositivo.
O nanogerador
As últimas melhorias e testes realizados resultaram em um minúsculo aparelho com força o suficiente para acender telas de cristal líquido e diodos emissores de luz. Se as pesquisas continuarem a dar resultados positivos, a ideia é utilizar movimentos corporais para carregar dispositivos eletrônicos.
O usuário poderia, por exemplo, recarregar o celular enquanto anda, ativando o nanogerador presente na sola dos sapato, ou ainda, ativar aplicadores de insulina com o bombear do coração. Zhong Lin Wang e seus colegas mostraram aplicações comerciais para o nanogerador durante sua apresentação. Eles usaram a energia criada pelo minúsculo dispositivo para acender LEDs e telas de cristal líquido, utilizados largamente na produção de aparelhos eletrônicos.
De onde vem a energia?
A energia do nanogerador é gerada pela pressão. Ou seja, se você pressionar o dispositivo com os dedos estará produzindo eletricidade. O segredo está na utilização de nanofios de óxido de zinco (ZnO). Isso porque esse tipo de fio possui propriedade piezoelétrica, ou seja, são capazes de gerar corrente elétrica quando são dobrados ou esticados.
Os fios de óxido de zinco são extremamente finos. Para ter uma ideia, em um único fio de cabelo é possível colocar mais de 500 nanofios desse tipo. Wang e sua equipe descobriram como juntar milhões de fios em nanoescala e utilizar a energia gerada por eles.
Energia gerada
Depois de encontrar uma forma de captar a energia produzida pelo milhões de fio presentes no nanogerador, os cientistas desenvolveram uma maneira de inserir os nanofios de óxido de zinco em chips flexíveis com ¼ o tamanho de um selo postal. Cinco nanodispositivos são capazes de produzir 1 microamper de corrente de saída a 3 volts, a mesma voltagem gerada por duas pilhas do tipo AA.
Embora pareça pouco, este nanogerador é muito mais poderoso do que os criados anteriormente. O próximo passo agora é melhorar o poder de saída dele e encontrar alguma empresa para produzir o dispositivo.
Para quando
Estima-se que os primeiros dispositivos com a tecnologia dos nanogeradores cheguem ao mercado em cinco anos ou menos. A primeira aplicação seria como fonte de energia de sensores e outros pequenos aparelhos.
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