Sendo uma das empresas mais conhecidas e influentes do mundo, não é de se estranhar que o Facebook esteja envolvido em polêmicas desde a sua concepção – conforme retratado no filme “A Rede Social” – até os dias de hoje. O mais novo caso envolvendo Mark Zuckerberg e seus pupilos, no entanto, não diz respeito a apropriação de ideias alheias ou comercialização de dados de usuários. Agora, a rede está sendo processada em US$ 1 bilhão (R$ 3,27 bilhões) por ter facilitado ataques terroristas que tiraram a vida de cidadãos norte-americanos.
O novo processo foi movido pelas famílias de cinco vítimas de atentados feitos por grupos palestinos em Israel – ocorridos ao longo de 2014 e no início deste ano. A petição judicial foi oficializada no último domingo (10) em uma corte de Nova York e acusa a rede social de oferecer ajuda ao Hamas na forma de ferramentas que facilitaram e viabilizaram as ações extremistas. Supostamente, o movimento sediado na Faixa de Gaza teria usado a plataforma livremente para levar adiante seus planos de violência em território israelense.
Hamas estaria usando a rede social para organizar suas ações
A documentação apresentada pelos promotores indica que diversos dos integrantes da organização palestina realmente usaram perfis pessoais no site para coordenar ataques a vários alvos e incitar ou comemorar o assassinato de soldados e civis. De acordo com a papelada, a companhia poderia utilizar recursos já presentes na rede para lidar com a situação antes que ela saísse da internet e colocasse em risco outras pessoas, mas, aparentemente, vem se recusando a colocar essa estratégia em prática.
“Os mesmos algoritmos que permitem ao Facebook fazer ligações entre pessoas com interesses similares poderia ser usada para identificar, analisar e remover páginas do Hamas”, alega a promotoria. A firma se baseia na Lei de Antiterrorismo – que impede que companhias locais colaborem com grupos terroristas – para levar seu pedido de indenização adiante, mas pode encontrar barreiras pelo caminho. A Lei de Decência das Telecomunicações, por exemplo, pode proteger a rede social e outros serviços online de postagens feitas por terceiros.
Endurecendo a vigilância
Seja como for, o Facebook segue enfrentando uma série de críticas relacionadas ao modo como a empresa aborda esse tipo de problema. Gilad Erdan, Ministro de Segurança Pública de Israel, recentemente tachou a companhia de “monstruosa” por não impedir que conteúdo incitando a violência fosse divulgado na plataforma. Há cerca de um mês, a rede e outros sites também foram processados pelo pai de uma norte-americana morta durante os ataques do Estado Islâmico em Paris – acusação bastante semelhante ao caso atual.
Em um comunicado à Bloomberg, o portal explicou que o objetivo é que a rede seja um ambiente seguro para todos. “Não há lugar para conteúdo que estimule violência, ameaças diretas, terrorismo ou discurso de ódio no Facebook. Temos um conjunto de regras para ajudar o público a entender o que é permitido no Facebook e pedimos às pessoas para que elas usem as ferramentas de denúncia se encontrarem qualquer material que acreditem que viola nossos padrões”, escreveu a empresa, prometendo agir rapidamente para resolver a situação.
Twitter andou combatendo as atividades do ISIS em seu portal
No fim, ações como indenizações bilionárias como essa podem nem sempre ter sucesso devido aos trâmites da Justiça, mas fazem um bom trabalho em obrigar as empresas a se manterem firmes na luta contra o terrorismo. Há poucos dias, por exemplo, o gabinete do presidente Barack Obama anunciou que a atividade do ISIS no Twitter caiu 45% nos últimos dois anos, o que mostra que o banimento de contas relacionadas ao Estado Islâmico parece finalmente estar dando resultado.
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