Não é de hoje que o Facebook se transformou num palco de memes, vídeos e montagens diversas. Se antes a rede social era um mural de lamentações, hoje o site dá espaço para discussões políticas, tretas sobre filmes de super-herói e debates sobre quem está certo e quem está errado em qualquer assunto que implique opiniões diferentes. Pois é: raramente vemos atualizações pessoais, não é mesmo? Coisas simples, que não envolvam os elementos supracitados. Como ocorria antigamente. As pessoas estão, de fato, postando menos conteúdos particulares, segundo apurou o The Information.
Essa porcentagem caiu em 5,5% do meio de 2014 até o meio de 2015 e, portanto, o Facebook tem menos postagens desse tipo para exibir no seu feed – o que também dá espaço para mais veiculações publicitárias. E quando falamos que as pessoas estão contando menos sobre suas vidas, nos referimos a coisas simples, como pensamentos, viagens, pitacos sobre o cotidiano, o que elas estão a fim de fazer. Na verdade, exatamente esse tipo de postagem caiu em 21% durante o mesmo período, segundo a fonte. O declínio deve continuar este ano, ainda que em ritmo menor, prevê o site.
Uma breve reflexão: qual o propósito original do Facebook?
Esses dados nos levam a refletir sobre o tipo de usabilidade que o Facebook quis implementar originalmente. Enquanto rede social, o site de Mark Zuckerberg surgiu como um meio de conectar as pessoas através de postagens que reflitam pensamentos e opiniões delas. No decorrer dos últimos anos, entretanto, o portal foi inundado por memes, vídeos e uma “necessidade de pedir para compartilhar tudo”. Será que isso diminuiu a riqueza do Facebook e tornou as pessoas “chatas” demais?
As pessoas continuam compartilhando um monte de coisas no Facebook. (...) Os níveis estão similares aos dos primeiros anos
De acordo com o The Information, o Facebook tem uma equipe dedicada em descobrir formas de aumentar o compartilhamento. Não que ele necessariamente tenha diminuído; seu conteúdo mudou de formato. A rede social respondeu à publicação do site: “As pessoas continuam a compartilhar um monte de coisas no Facebook; o patamar de compartilhamento não apenas permaneceu forte como bateu níveis similares aos dos primeiros anos”.
Você já parou para refletir como utiliza o Facebook atualmente?
Fatores que podem explicar esse cenário
Alguns motivos podem explicar esse contexto. O surgimento de novos apps sociais, por exemplo – como o Snapchat, que não para de crescer –, desviaram um pouco a atenção dos usuários. Sem falar que todos utilizam muito bem o ambiente mobile. Não que o Facebook não faça isso, mas as mudanças constantes que a rede social aplica podem irritar alguns usuários: muda tamanho aqui, altera exibição ali, modifica privacidade acolá, bota um recurso ali, tira daqui, coloca de novo etc.
E o próprio Facebook já disse que, em algum momento, os vídeos podem dominar o site – algo para o qual sempre houve intuito do serviço e que, de fato, está acontecendo. Portanto, bem, é natural que as pessoas estejam menos interessadas em contar suas vidas pessoais com todos esses novos holofotes à disposição.
O que você achou das novas opções além de "Curtir" do Facebook?
É claro que nada disso nem sequer faz cócegas no Facebook ainda. A rede social segue forte e com uma sólida base de usuários, mas, no longo prazo, é interessante acionar alguma luzinha de alerta – até porque as pessoas precisam ficar engajadas com cérebro, e não de maneira descerebrada.
Você acha que as pessoas estão postando menos coisas sobre suas vidas sociais no Facebook? Comente no Fórum do TecMundo.
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