Se você acompanha o TecMundo com certa frequência, já deve ter lido alguma coisa sobre os planos do Facebook para conectar o mundo todo à internet. Há grandes áreas em países pobres onde o acesso é praticamente inexistente, e a empresa estima que pelo menos 1,7 bilhão de pessoas moram em locais como esses atualmente.
Contudo, já existem planos bem ambiciosos do Facebook em andamento que podem resolver esse problema. A rede social pretende colocar pequenos aviões autônomos no ar, bem acima na atmosfera para não atrapalhar a aviação comercial, que conseguirão transmitir sinal para baixo através do 4G LTE ou mesmo WiFi.
Mark Zuckerberg deu mais detalhes de como isso vai funcionar em sua conferência na MWC 2016, que está acontecendo em Barcelona, na Espanha. Segundo ele, um protótipo desses aviões/drones está sendo terminado em um local secreto nos EUA, mas ele deve fazer seu primeiro voo em breve.
Voando por meses
O equipamento funcionará através de energia solar, e a meta do Facebook é mantê-lo voando por pelo menos três meses direto, sempre sobre a mesma área para transmitir internet continuamente. O recorde atual com drones solares é de apenas duas semanas em voo ininterrupto.
Zuckerberg ainda comentou que os aviões do projeto pesam cerca de 500 kg e medem 42 metros em sua envergadura, de asa a asa. Eles permanecerão voando entre 1,8 e 2,7 km acima da superfície terrestre, em uma área que não sofre com atividade climática. Ou seja, praticamente não há ventos fortes e desordenados. Também não há nuvens ou qualquer outro material que possa perturbar o sinal ou o alcance visual de um drone para o outro.
Falando em alcance visual, a ideia do Facebook é criar uma rede entre esses equipamentos, conectando-os através de laser. Como não há impedimentos para a luz viajar na altitude em que eles voarão, transmitir informações com laser pode ser uma alternativa muito eficiente no que se refere à velocidade de transmissão. O problema seria manter os aviões alinhados perfeitamente para os feixes de luz se manterem sempre sincronizados.
O Facebook ainda comentou que conseguiu aumentar a capacidade de transmissão via laser em pelo menos 10 vezes em seus laboratórios e está atualmente criando um equipamento extra que pesa apenas 3,5 kg para embutir em seus drones.
Encontrar os desconectados
Apesar de a rede social já ter uma boa ideia de como conectará os desconectados do mundo, não foi exatamente fácil encontrar essas pessoas pelo globo. Há poucos registros precisos de locais desconectados, até porque eles são muito distantes dos centros urbanos e normalmente surgiram há pouco tempo.
Para descobrir onde havia uma concentração suficiente de pessoas para implantar o projeto, o Facebook teve que recorrer a imagens de satélite capazes de encontrar sinais de vida na superfície da Terra. Cruzando isso com o mapa da cobertura de redes celular disponíveis no mundo, foi possível identificar em 20 países pobres essas 1,7 bilhão de pessoas desconectadas.
Naivasha, no Quênia, uma cidade totalmente desconectada.
Ainda não foi liberada uma listagem com todos esses locais nem foi informado quando o Facebook pretende começar a fornecer internet por lá. O que esperamos, entretanto, é que essa conexão não seja “capada”, como foi o Free Basics na Índia, onde os usuários só tinham acesso ao próprio Facebook e a alguns sites parceiros. Por lá, a empresa foi impedida de oferecer o serviço gratuitamente por ferir o princípio de neutralidade da rede.
O Facebook fere a neutralidade da rede oferecendo acesso à internet somente para alguns sites mesmo fazendo isso de graça? Comente no Fórum do TecMundo
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