Ao que tudo indica, 2016 vai ser o ano do espaço! E não é por causa do hype em torno dos mais recentes filmes da saga Star Wars. Novas expedições realizadas pela NASA e por outras agências espaciais deverão ajudar a desvendar mistérios sobre Marte, Júpiter e, claro, a própria Terra. Os programas envolvem desde o lançamento de satélites que vão analisar o clima do nosso planeta até dispositivos que vão explorar outros ambientes e enriquecer o conhecimento dos cientistas sobre atmosferas de outros astros do Sistema Solar.
Seguindo a empolgação pelo sucesso da missão que passou perto de Plutão em julho de 2015 e foi capaz de enviar informações cruciais sobre o planeta anão, as novas expedições serão cruciais para o desenvolvimento dos projetos espaciais das agências e de companhias privadas. Listamos aqui os 10 eventos mais aguardados pelos fãs da exploração do espaço. Boa viagem!
7 de fevereiro: missão da SpaceX para a ISS
A empresa SpaceX possui um acordo de US$ 1,6 bilhão, cerca de R$ 6,6 bilhões, com a NASA para realizar 12 voos de carga até a Estação Espacial Internacional, a ISS, conduzindo todo tipo de dispositivos e itens necessários para abastecer a base. Após diversas expedições bem-sucedidas, a sétima viagem fracassou: logo após decolar do Cabo Canaveral, o foguete Falcon 9 foi pulverizado nos céus da Flórida em julho de 2015.
O dia 7 de fevereiro vai marcar o retorno da SpaceX no serviço de transporte de carga para a ISS, o primeiro após o acidente. Com um sistema modificado e alguns recursos melhorados, a Falcon 9 já foi testada em dezembro e parece estar funcionando bem. Vamos ficar de olho em como vai ser essa decolagem tão aguardada.
14 de março: início da missão da Agência Espacial Europeia para Marte
A missão ExoMars vai levar uma série de naves e módulos da Agência Espacial Europeia (ESA) para conhecer melhor o Planeta Vermelho, começando pela fase inicial do projeto no dia 14 de março. Nessa data, o Trace Gas Orbiter (TGO) vai iniciar sua viagem de sete meses em direção a Marte para buscar fontes de metano, que aqui na Terra é normalmente produzido por organismos vivos.
Esse módulo vai armazenar várias informações sobre a atmosfera marciana durante seu procedimento de pouso e é considerado o primeiro passo de uma longa missão que vai levar para Marte o veículo ExoMars, um caçador de sinais de vida que deve partir para lá em 2018.
18 de março: envio de astronautas para a ISS
Mais três pessoas devem chegar à ISS ainda no mês de março. São os astronautas Jeffrey Williams, americano, e os russos Aleksey Ovchinin e Oleg Skripochka. O trio deve viajar para a estação espacial como de costume, através da nave russa Soyuz, que vai partir de uma base no Casaquistão. As próximas partidas da Souyz em direção à ISS acontecerão em 21 de junho, 23 de setembro e 16 de novembro, todas em 2016.
5 de abril: Lançamento do foguete Falcon Heavy
Fazendo parte dos futuros planos de colonização de Marte criados pela mente de Elon Musk, CEO da SpaceX, o foguete Falcon Heavy deve ser lançado pela primeira vez ao espaço a partir da base do Cabo Canaveral. Caso tudo dê certo, ele vai se tornar o maior propulsor do mundo, com seus 68 metros de altura e capacidade de erguer 53 toneladas para a órbita do planeta.
Meio do ano: fim da expedição da Dawn no espaço
Lançada em setembro de 2007, a missão Dawn levou uma nave espacial para estudar os objetos que fazem parte do Cinturão de Asteroides, um conjuto de múltiplos corpos celestes irregulares que orbitam o Sol na região entre Marte e Júpiter. Os principais alvos dessa expedição foram os planetas anões Ceres e Vesta, os maiores astros encontrados nesse setor do Sistema Solar.
A missão, que custou US$ 466 milhões (cerca de R$ 1,9 bilhão) ao governo americano, deve ser encerrada pelo esgotamento do combustível da nave. No momento atual, ela orbita Ceres a uma altura de 375 km e envia para a Terra informações como fotos e outras medições. É possível que os cientistas da NASA ainda consigam prolongar um pouco o funcionamento da Dawn, portanto a data exata de seu desligamento ainda é uma dúvida.
4 de julho: chegada da Juno a Júpiter
A nave espacial Juno, movida a energia solar, tem como missão mapear os campos gravitacionais e magnéticos do maior planeta do Sistema Solar: Júpiter. Seu lançamento foi feito há 5 anos, e os cientistas preveem a chegada à órbita do Gigante Vermelho em 4 de julho deste ano.
Essa expedição pretende revelar detalhes importantes sobre a estrutura e a evolução de Júpiter, além de confirmar mistérios que perturbam os cientistas há muito tempo, como o estado físico do núcleo do planeta e as imensas tempestades que assolam sua superfície.
8 de setembro: lançamento da missão OSIRIS-REX
OSIRIS-REX é uma sigla para Origins-Spectral Interpretation-Resource Identification-Security-Regolith Explorer. O termo – difícil de ser explicado – descreve a nave e a missão da NASA que vai até o asteroide Bennu, de apenas 500 m de comprimento, com data de chegada apenas em 2018.
O objetivo da expedição OSIRIS-REX é recolher um pedaço de aproximadamente 60 g do asteroide e retornar para a Terra, o que deve acontecer apenas no ano de 2023. O material recolhido deve nos ajudar a entender as origens e a evolução do Sistema Solar, além de dar uma ideia melhor para os cientistas sobre o comportamento de possíveis asteroides perigosos para nosso planeta.
30 de setembro: fim da missão Rosetta
A missão Rosetta, primeira a conseguir orbitar um cometa, deve chegar ao fim nessa data com sua queda em direção ao astro. Lançada em março de 2004, a expedição chegou à órbita de 67P/Churyumov–Gerasimenko meses depois. Um módulo foi enviado à superfície congelada do objeto para coletar dados sobre seu material e outras informações.
Com o fim da missão, a Rosetta deve fazer um último trabalho para os cientistas: reunir diversos tipos de dados enquanto cai na direção da superfície do cometa de cerca de 4 km de extensão.
Fim de 2016: satélites europeus de posicionamento começarão a funcionar
A Agência Espacial Europeia vai finalmente colocar em funcionamento seu próprio sistema de posicionamento global, a versão deles do famoso GPS americano. A rede de navegação Galileo deve começar a funcionar ainda neste ano e consiste em 30 satélites que orbitam a Terra. O sistema de posicionamento global europeu vai ser civil, ao contrário do GPS americano, que é controlado pelos militares.
Durante o ano todo: testes de naves tripuladas
O ano de 2016 será marcado pela grande quantidade de testes com naves tripuladas na órbita terrestre. É cada vez maior o número de empresas envolvidas de alguma maneira com exploração espacial, e isso aumenta consideravelmente o número de voos experimentais.
Os testes acontecerão com naves como a SpaceShipTwo, da Virgin Galactic; o avião-foguete Lynx, da XCOR Aerospace; o sistema New Shepard, da Blue Origin; o avião espacial Dream Chaser, da Sierra Nevada; e as cápsulas Dragon V2, da SpaceX, e CST-100 Starliner, da Boeing.
O objetivo de companhias como a SpaceX e a Boeing é produzir uma nave segura e rápida, capaz de transportar astronautas entre a Terra e a Estação Espacial Internacional, trajeto que hoje só é feito pelo dispositivo russo Soyuz. A NASA já premiou as duas empresas com US$ 2,6 bilhões e US$ 4,2 bilhões, respectivamente (algo em torno de R$ 10 bilhões e 17 bilhões), por terem produzido suas cápsulas para voos espaciais.
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Fontes