No espaço, ninguém pode ouvir você gritar. Essa frase geralmente resume toda a preocupação que as pessoas têm quando pensam em viagens para fora da Terra. No mais, a tarefa coleciona aventuras envolvendo a gravidade zero, como flutuar por aí, comer salgadinho em pleno ar ou beber água diretamente de esferas do líquido. Porém, falando em alimentos, já parou para pensar que tudo que entra precisa... sair? A astronauta Samantha Cristoforetti fez um vídeo especial mostrando como é a ida ao toalete na Estação Espacial Internacional.
Esse tipo de dúvida com certeza deve ter passado pela mente dos mais curiosos, afinal, não é só porque você está na imensidão do espaço que o seu intestino e sua bexiga param de funcionar, não é? Exatamente por se estar em um lugar que pode ser classificado de “difícil acesso” – para dizer o mínimo –, mesmo quem não abre mão de fazer suas necessidades no conforto do lar acaba tendo que dar o braço a torcer. Mesmo não parecendo muito confortável, o banheiro da estação espacial é extremamente eficiente, limpo e recheado de tecnologia.
Palavra de ordem: sucção
Segundo a astronauta italiana, a principal ferramenta para garantir que todos no local possam se aliviar periodicamente sem detonar o ambiente da estação é uma potente ventoinha que cria um vácuo momentâneo – sugando dejetos ao mesmo tempo que evita que o cheiro ruim se alastre para além do cubículo. A válvula para ligar e desligar o recurso fica em uma mangueira bem comprida que tem uma espécie de funil na ponta. Esse bocal amarelo serve para que os membros da missão possam fazer o “número 1” tranquilamente e sem respingos.
Já para o “número 2”, é preciso abrir a tampa de um assento – de proporções bem reduzidas – que fica sobre um tonel que guarda dejetos sólidos. No topo dele, há um buraco afetado pela mesma sucção da mangueira no qual um saquinho de plástico reforçado “acomoda” o resultado de uma bela refeição espacial feita algum tempo antes da ida ao banheiro. Finalizado o serviço, basta fechar o recipiente e empurrar para dentro do galão.
Mangueira usada para aliviar a bexiga na estação espacial.
Um fator que ajuda bastante a manter tudo dentro dos conformes – sem surpresas ou evacuadas líquidas – é o fato de a dieta de quem vai para um programa de alguns meses no espaço ser bem regrada e feita sob medida para nutrir de forma adequada. Sob condições normais, o depósito aguenta cerca de dez dias de atividade estomacal dos astronautas antes de precisar ser trocado por um novo.
Ao contrário das fezes – que são despachadas quando as naves deixam a Estação Espacial Internacional –, a urina gerada pelos cientistas e engenheiros espaciais é reciclada por um sistema complexo que fica escondido no chão e nas paredes do local e se torna água potável, própria para consumo.
Vale lembrar que é preciso ficar atento o tempo todo para verificar se está tudo saindo conforme o plano, principalmente para evitar que um elemento flutuante comprometa a segurança da operação espacial. Ou seja, nada de jogar umas partidinhas amigáveis de Angry Birds ou Hearthstone durante esse momento íntimo. E você, teria a disciplina para cumprir todas a exigências necessárias para ir ao banheiro? Deixe seu comentário mais abaixo.
Fontes
Categorias