A NASA, a agência espacial norte-americana, está querendo se aproximar cada vez mais do público e permitir que todos possam comemorar os grandes avanços da humanidade. Uma das provas disso é a transmissão da chegada da sonda Juno à órbita de Júpiter, acontecimento que foi transmitido através do site oficial da organização, o NASA Television, no vídeo que você confere acima.
A sonda chega perto do maior planeta do Sistema Solar depois de cinco anos viajando pelo espaço, o que demonstra como os avanços nessa área demoram para serem conquistados e precisam realmente ser comemorados. Além de transmitir a chegada de Juno à órbita jupteriana, a NASA apresentou cientistas e pesquisadores explicando por que esse feito é importante para a humanidade.
A agência espacial também destaca que essa é uma manobra bastante perigosa e precisa ser calculada com bastante precisão. Ao se aproximar da órbita de Júpiter, o campo gravitacional do planeta vai atrair a sonda a uma velocidade incrível, o suficiente para destruir completamente o dispositivo caso os freios não sejam acionados corretamente. Se isso acontecer, será preciso esperar mais alguns anos até que um novo equipamento chegue perto do gigante do nosso Sistema Solar.
Juno chegando próximo à órbita de Júpiter
Objetivo
O envio da sonda tem como objetivo descobrir as origens de Júpiter. Quando e como o planeta se formou? Como ele se desenvolveu com o tempo e qual será o seu comportamento a partir de agora? A entrada de Juno na órbita vai ajudar a responder esses e muitos outros questionamentos, que virão a partir de imagens, sons e leituras capturadas a partir da gigantesca massa de ar.
A análise do campo magnético e gravitacional também permitirá aos pesquisadores descobrir se Júpiter é totalmente gasoso ou possui um núcleo sólido sustentado toda sua massa. A presença de água e amônia em sua superfície vai ajudar a entender as teorias envoltas em relação ao maior planeta do nosso sistema solar.
Perigos
Além dos perigos vencidos durante a entrada na órbita de Júpiter, os pesquisadores afirmam que a onda gravitacional caótica do planeta tende a complicar ainda mais as coisas. Além de sua intensidade – 20 mil vezes maior do que aquela gerada pela Terra –, a órbita do gigante gasoso é extremamente elíptica, o que faz com que as manobras ao redor de Júpiter sejam extremamente perigosas.
Os pesquisadores afirmam que a onda gravitacional caótica do planeta tende a complicar ainda mais as coisas
No momento em que Juno estiver mais perto do planeta, os pesquisadores terão que manobrar a sonda a aproximadamente 5 quilômetros de distância do astro. No ponto mais distante, haverá uma folga de quase 140 mil quilômetros, o que acentua ainda mais as perrengues que a NASA vai ter que enfrentar durante a estadia da sonda na órbita de Júpiter.
A campo magnético caótico de Júpiter é um dos principais problemas dos pesquisadores da NASA
Campo magnético "audível"
Ao se aproximar do campo magnético de Júpiter, os pesquisadores conseguiram captar o momento em que o aumento de densidade de partículas realmente aconteceu. De acordo com William Kurth, um dos profissionais que investiga o gigante astro, essa passagem é análoga a uma explosão sônica, sendo capaz de ser detectada pelos sensores da sonda.
"As ondas solares passam por todos os planetas em uma velocidade de aproximadamente um milhão de milhas por hora, e onde há um obstáculo, haverá toda essa turbulência". Diante do ocorrido, a NASA conseguiu "traduzir" as medidas para um arquivo de áudio que pode ser conferido logo abaixo:
Na sequência, o momento em que Juno ultrapassa a magnetosfera também é registrado. O "som" também é criado a partir das traduções da NASA, que é captado a partir do aumento de densidade de partículas na região do campo magnético.
Momentos antes
Um pouco antes de entrar na órbita de Júpiter, a sonda foi capaz de registrar uma última imagem do planeta. Juno registrou essa foto no dia 29 de julho, há aproximadamente 5,3 milhões de quilômetros da massa de gás.
Última foto enviada por Juno antes de entrar na Órbita de Júpiter
Em órbita
Ao se aproximar da intensa órbita de Júpiter, Juno passou por uma situação bastante complicada. A sonda precisou desacelerar para uma velocidade de 542 metros por segundo, para então ser capturado pela onda gravitacional do planeta. Lá, Juno dará 37 voltar ao redor do gigante gasoso em um período de 20 meses, percorrendo cerca de 5 mil quilômetros durante o processo.
Por que Júpiter?
O fato de o planeta ser o maior do nosso sistema solar já seria o suficiente para motivar as pesquisas com relação a esse gigante gasoso. Por conta de seu tamanho, Júpiter é capaz de gerar influência em quase tudo que está próximo, incluindo a Terra – embora ainda desconheçamos os verdadeiras impactos do astro em nós. Para isso, será preciso analisar a sua história, composição e qual será o futuro desse planeta.
De acordo com Scott Bolton, um dos principais pesquisadores envolvidos com esse projeto da NASA, entender Júpiter é uma das peças chaves que pode ajudar entender a vida em todo o universo. "Ao estudar esse planeta, teremos apenas uma das peças desse quebra-cabeça, não necessariamente a origem da vida, mas os ingredientes que ajudaram a criar a vida e a espalhou em outros cantos".
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