Não é raro que concursos culturais envolvendo a criação de mascotes, esculturas e monumentos acabem gerando resultados de gosto duvidoso por todo o mundo – mesmo quando se considera que arte é algo bastante subjetivo. Porém, quando essas competições envolvem arquitetura urbana na Dinamarca, o papo deixa de ser brincadeira, e as obras ganham peso e importância. Esse é o caso de uma ponte pensada para ligar dois portos adjacentes em Copenhague que, além de garantir a travessia, dá uma vista belíssima do local.
O projeto criado pelo estúdio Steven Holl ganhou uma disputa promovida pela capital dinamarquesa em 2008 por decisão unânime e foi incluído de forma definitiva no cronograma de infraestrutura da cidade – com o início das obras planejado para ocorrer entre 2016 e 2017. Projetada para ligar os terminais L e M da região, a ponte feita sob medida para pedestres será erguida entre dois prédios a 65 metros de altura, dando amplo espaço para que embarcações de todos os tamanhos possam passar com folga pelo trecho.
Como é possível ver pelas ilustrações e fotos-conceito da futura Copenhagen Gate, o destaque da iniciativa fica por conta do formato inusitado e das cores fortes da construção. A ideia é que duas passarelas sustentadas por cabos instalados em seus edifícios de origem apontem para ângulos diferentes, mas que, no fim, ambas se encontrem para formar uma única estrutura – simbolizando uma espécie de aperto de mão entre a dupla. A ligação angular deve facilitar consideravelmente a travessia da população local, tanto no sentido da cidade como no do píer.
Por conta de Copenhague ter uma frota massiva de bicicletas, o projeto também levou em consideração a presença dos ciclistas, que vão poder subir com suas magrelas no elevador, atravessar o percurso rapidamente e descer do outro lado – mesmo que o tempo disso seja próximo do de dar a volta completa pelo porto sobre duas rodas. Felizmente, mesmo quando se deixa de lado a utilidade real da empreitada arquitetônica, a construção ainda apresenta outra vantagem palpável para a cidade: uma valorização maior do cenário.
Isso porque a Copenhagen Gate deve se juntar a outros pontos turísticos da metrópole, como o auditório Koncerthuset e o Jardim do Rei – no Castelo Rosenborg – e atrair uma boa leva de turistas e consumidores à área. Afinal, ao mesmo tempo em que a vista lá de cima vai render um panorama invejável do mar e dos prédios da região – graças ao extenso conjunto de janelas do projeto –, observar a ponte do chão também não é nada de se jogar fora. O laranja e o amarelo das plataformas devem ser um ótimo chamariz para a obra, principalmente à noite.
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